segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Por quanto tempo essa greve vai se prolongar? E mais: nota do sindicato sobre a Assembleia Geral.

Muitos votaram pela continuidade da greve.

A greve vai durar mais quanto tempo? Essa é uma pergunta recorrente para qual não temos uma boa resposta. Podemos, no máximo, dar algum palpite. Tendo em vista o histórico das greves passadas, essa pode ter mais um ou dois meses pela frente, talvez (eu espero que não), ainda mais tempo de paralisação. No mínimo, vai durar até a próxima Assembleia Geral - que ainda não foi marcada. Então, mais uns 15 dias são garantidos. É ter paciência e torcer para que o bom senso seja maior nas mesas de negociações aqui (pauta local) e em Brasília (pauta nacional).

Nota do sindicato após a Assembleia:

Em nova assembleia nesta sexta-feira, 7/8, servidores do IFCE decidiram pela continuidade da greve e pela suspensão do calendário acadêmico

Os servidores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) decidiram, em nova assembleia geral encerrada na noite desta sexta-feira, 7, continuar em greve. Em mais uma assembleia histórica, marcada pela forte participação, com credenciamento de mais de 520 servidores que lotaram a quadra principal do Campus Fortaleza, na Avenida 13 de Maio, os trabalhadores do Instituto votaram por ampla maioria pela continuidade do movimento grevista, iniciado oficialmente no dia 23/7, e aprovaram a solicitação à Reitoria de suspensão imediata do calendário acadêmico, diante da alta adesão da greve nos diversos campi do IFCE em todo o Ceará.
 
Com a decisão tomada nesta sexta-feira, o movimento grevista continua, no Ceará, se somando à greve nacional dos servidores federais da educação, por respeito a direitos, contra os cortes do Governo Federal para o setor, por reposição salarial, contra a precarização dos Institutos Federais e por garantias de educação pública de qualidade. Já a solicitação de suspensão do calendário acadêmico, pela Reitoria do IFCE, foi aprovada como forma de evitar prejuízos aos estudantes e de garantir aos discentes o pleno direito à reposição das aulas, após o movimento paredista, sem problemas de horário ou deslocamento. Por deliberação da assembleia, o Comando Geral de Greve enviará solicitação formal à Reitoria, informando que a categoria decidiu favoravelmente à suspensão do calendário acadêmico, como já aconteceu em outros IFs atualmente em greve em outros estados.

Os servidores também aprovaram deliberação de encaminhar ao sindicato nacional da categoria (SINASEFE) proposta de que a greve tenha como reivindicação central a reversão dos cortes de recursos para a educação, anunciados pelo Governo Federal. Também foi aprovada a proposta de realizar, no dia 21/8, em Fortaleza, um grande fórum sobre a precarização no IFCE, para qualificar o debate e quantificar problemas a serem resolvidos, com reivindicações a serem apresentadas à Reitoria. O dia 21/8 também foi aprovado como indicativo de data para manifestação de rua, a ser realizada pelos servidores, fortalecendo a visibilidade social quanto à greve no Instituto. A data será analisada e confirmada ou modificada pelo Comando Geral de Greve.

Estudantes e professores
Também foram aprovados os encaminhamentos de solicitar à Reitoria reunião específica para discutir a pauta de reivindicações dos estudantes e de realizar na quarta-feira, 12/8, às 14h, na sede do Sindicato, reunião de professores para discutir de forma conjunta a proposta de minuta de carga horária docente e progressão que a Reitoria apresentou.

Os servidores do IFCE também aprovaram o envio de ofício à Reitoria solicitando respeito aos direitos dos professores substitutos e temporários, que têm a mesma prerrogativa de fazer greve, assim como qualquer outro servidor. David Montenegro, integrante da Diretoria Colegiada do SINDSIFCE, destacou que os substitutos estão sendo pressionados a ir ao local de trabalho e permanecer no horário, mesmo com o campus estando em greve, sem estudantes. O documento solicitará da Reitoria compreensão quanto ao momento e compromisso de evitar constrangimentos com esses professores, além de garantia de que não haverá demissões desses profissionais durante a greve.

Também na Assembleia Geral desta sexta-feira, 7os servidores do IFCE aprovaram o envio de três representantes para participar do Comando Nacional de Greve, em Brasília, vivenciando as atividades gerais do movimento e contribuindo para os debates e votações. Elas levarão ao Comando o resultado de outra deliberação da assembleia, que decidiu pelo apoio à continuidade da tentativa de negociação com o Governo Federal em busca de reposição salarial no percentual de 27%. Foram eleitas por consenso, na assembleia, as servidoras Aliny Guerra Vale, Ariadine de Oliveira Rabelo da Silva e Maria Cleide da Silva Barros.

Contra o machismo e a homofobia
"Lugar de mulher é na luta!". Durante a assembleia, assistentes sociais e outros trabalhadores se manifestaram reforçando a necessidade de respeito à mulher e à diversidade sexual. As servidoras Patrícia e Lorena leram nota de repúdio a episódios de homofobia e machismo, registrados na assembleia do dia 17/7, que deliberou pela greve, e destacaram que após a lamentável ocasião foi organizado no Campus Fortaleza um debate sobre opressão e questões de gênero. O SINDSIFCE se associa à manifestação das colegas servidoras e as parabeniza pela iniciativa e pela intensa participação nas lutas do movimento grevista.

Pautas de reivindicação
Os servidores do IFCE seguem em greve desde o dia 23/7, por uma pauta de reivindicações gerais e específicas, com destaque para a rejeição aos cortes orçamentários do Governo Federal, pela garantia de recursos para custeio e assistência estudantil, por educação pública de qualidade, por reposição salarial linear de 27,3% e pelo respeito ao direito à jornada de trabalho de 30 horas para os servidores técnico-administrativos, entre outros pontos.

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