quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Uma breve reflexão sobre 2020 e um feliz 2021!


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
- Carlos Drummond de Andrade

De modo um tanto arbitrário, comemoramos hoje mais uma volta que a Terra está completando em torno do Sol, são aproximadamente $9,43 \times 10^8$ km percorridos em espiral pelo espaço cósmico. Na verdade, é muito mais que isso, pois também estamos girando em torno do centro da Via Láctea juntamente com todo o Sistema Solar.

De toda forma, é um ciclo que se encerra. Temos diante de nós mais um ano. A esperança se renova, ganhamos mais uma chance de fazer melhor que no passado, de aplicarmos tudo o que aprendemos para obtermos resultados melhores e mais significativos. Hora de deixar relacionamentos tóxicos de lado, fortalecer os que nos tornam pessoas melhores, e não permitir que os ódios políticos nos envenenem a alma. É hora de agradecer pelos amigos que temos, sem os quais nada teria muito sentido. Sem eles seria mais difícil manter a sanidade e a vontade de viver.   

Que 2021 venha com menos restrições e limitações. Entretanto, devemos ser gratos por essas restrições e limitações: fomos forçados a aprender coisas novas e resolver problemas de outras formas. As adversidades são professoras duras, mas necessárias. Sem elas nosso progresso seria lento, ou talvez nem ocorresse. 

Devemos fazer uma pausa e refletir sobre as lições que tivemos da vida neste ano de 2020. O que aprendemos? O que a vida nos ensinou? O que vou fazer com esse aprendizado? Como posso ser uma pessoa melhor para mim mesmo, para minha família e para sociedade em 2021? Como posso ter uma atitude mais ecológica e uma vida mais sustentável? Estou olhando para Terra como a nossa casa comum?

Em fim, que este ano de 2021 seja um ano de maior união, menos racismo e mais igualdade, de melhores e mais sábias escolhas. Que o trabalho seja feito com mais alegria e leveza, que projetos adormecidos sejam colocados em prática. 

Paz, amor e prosperidade a todos!

*************************
**************
*****
*

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Momento celebridade: dando uma entrevista sobre fraudes com QR CODE

 







Hoje eu dei uma entrevista para o Grupo de jornalismo da TV Cidade de Fortaleza, deve ir ao ar na manhã do dia 31 de dezembro. O tema da entrevista foi sobre os perigos do uso do QR CODE. Alguns criminosos cibernéticos estão se aproveitando para aplicar golpes por meio da substituição de QR Codes verdadeiros dos estabelecimentos comerciais por QR Codes falsos. Assim, ao apontar a câmera do dispositivo para a leitura, o usuário é redirecionado para um endereço eletrônico com pragas virtuais que podem infectar o celular ou tablet. Na entrevista eu falo de algumas formas de você tentar se proteger.

Para saber mais sobre esse assunto: ver aqui.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Dica de leitura: Um conto de Natal (A Christmas Carol) - Charles Dickens


Essa é uma das mais famosas histórias de Natal da literatura mundial. Foi escrita em 1843 em menos de um mês por Charles Dickens (ver aqui). Essa história conta como três espíritos ensinam o verdadeiro significado do Natal para um velho rico e avarento, o Sr. Scrooge. O Sr. Scrooge não nutria nenhuma simpatia pelo Natal. Entretanto, tudo muda depois da visita do fantasma de seu antigo sócio, o sr. Marley, e dos três espíritos de Natal que aparecem em sequência. Foi, sem dúvida, uma noite perturbadora e reveladora para o velho Sr. Scrooge.

Um trecho inicial do livro (original e tradução):

Stave 1: Marley’s Ghost 

Marley was dead: to begin with. There is no doubt whatever about that. The register of his burial was signed by the clergyman, the clerk, the undertaker, and the chief mourner. Scrooge signed it. And Scrooge’s name was good upon ‘Change, for anything he chose to put his hand to.

Old Marley was as dead as a door-nail.

Mind! I don’t mean to say that I know, of my own knowledge, what there is particularly dead about a doornail. I might have been inclined, myself, to regard a coffinnail as the deadest piece of ironmongery in the trade. But the wisdom of our ancestors is in the simile; and my unhallowed hands shall not disturb it, or the Country’s done for. You will therefore permit me to repeat, emphatically, that Marley was as dead as a door-nail. 

O fantasma de Marley 

Para começar a história, Marley estava morto. Não havia a menor dúvida quanto a isso. O atestado foi assinado pelo escrivão, pelo sacerdote, pelo agente funerário e pelo encarregado do enterro. Scrooge também assinou, e sua assinatura era sempre bem-vinda, tanto na Bolsa quanto em qualquer outro lugar.

Sim, o velho Marley estava tão morto quanto uma pedra. 

Veja bem: não quero dizer com isso que eu saiba, por experiência própria, como é estar morto como uma pedra. Na verdade, se tivesse de fazer uma comparação, acho que não há nada mais morto do que a lápide de um túmulo. Quem inventou esta antiga expressão foram os nossos sábios antepassados, e não serei eu quem vai querer mudá-la, senão, daqui a pouco, tudo estará de pernas para o ar. Deixe-me, portanto, repetir com toda ênfase: Marley estava tão morto quanto uma pedra.

Ilustração da primeira edição de "A Christmas Carol".

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Vivendo em uma bolha epistemológica

Hoje temos acesso a uma quantidade quase infinita de informação, muito mais que em um passado não muito distante (não existia internet nos anos 1980). Entretanto, temos a tendência de ler e ouvir uma maior quantidade de informações que apenas reforçam nosso ponto de vista. Isso é ainda mais intenso por causa de algoritmos que nos direcionam mídias nas redes sociais. O efeito final é que ficamos mais ou menos presos, na maior parte do tempo, em uma bolha que funciona como uma câmera de eco que amplificam nossos preconceitos e visão do mundo. 

Temos que tentar manter a mente mais aberta a críticas e procurar ativamente entender os que as outras pessoas que não pertencem a nosso círculo de crenças particulares pensam sobre os mais variados assuntos. Podemos enriquecer nosso ponto vista depois de confrontá-lo com os das outras pessoas. Ou você está confortável em sua bolha e não quer explorar um pouco mais as diferentes crenças e opiniões que existem por aí? Em uma era de fake news e deep fake news, manter o senso crítico e os olhos bem abertos é fundamental.

Para sabe mais sobre esse assunto: ver aqui.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Meu livro já está disponível - Tópicos de Métodos Numéricos com Scilab: Computação científica para engenheiros

Link do livro aqui.


Já está disponível o meu livro sobre Métodos Numéricos no site da Editora PoD (PoD Editora - Livros por demanda e livros eletrônicos - ePub). Foram dois anos escrevendo ou revisando, mais um ano de molho, antes de ter o livro publicado. A previsão é ter alguns exemplares impressos em janeiro/2021.

Este é o meu primeiro livro como único autor. O conteúdo deste livro aborda todos os assuntos de métodos numéricos usados nas graduações dos cursos de engenharia e ciências exatas. Do site da Editora PoD:

Este livro é resultado do meu interesse por métodos numéricos em geral e do uso de software livre como ferramenta para resolução de problemas dessa área. Resolvi escolher um software e uma linguagem específica – o Scilab – que atendesse de forma mais completa possível as exigências dessa disciplina. Além disso, o Scilab ainda não é tão amplamente difundido entre os estudantes brasileiros. 

Esta obra é voltada para engenheiros e cientistas que usam os métodos numéricos como uma ferramenta para resolução de problemas. Por outro lado, esperamos que o leitor que use esse livro para estudar já tenha concluído pelo menos o primeiro ano da faculdade e tenha conhecimento de Cálculo I e II, noções de programação e algoritmo e algum conhecimento de estatística.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Criando um vídeo (AVI) com o Scilab

 

Código exemplo:

im = imread(fullpath(getIPCVpath() + "/images/baboon.png"));
n = avifile('baboon.avi', [300;300], 30,'xvid');
for ii=1:200
  ims = im(ii:512-ii, ii:512-ii, :);
  aviaddframe(n, ims);
end
aviclose(n);


É bem simples gerar um vídeo com o Scilab e o uso da biblioteca IPCV (ver postagem anterior). Os comandos básicos são:
  • imread: ler uma imagem;
  • avifile: cria uma variável para controle do vídeo;
  • aviaddframe: adiciona um frame no final do vídeo;
  • aviclose: conclui, fecha e salva o vídeo.
Um vídeo gerado assim é, no final das contas, apenas uma sequência de imagens sem som. As imagens que são adicionadas pelo comando aviaddframe não são necessariamente do mesmo tamanho ou mesmo do mesmo formato (jpg, bmp, ...). 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Trabalhando com imagens no Scilab - exemplo simples.

Baboon na imagem original, com apenas uma das cores e em tom de cinza. 

Histograma de Baboon na imagem em tom de cinza.

Baboon como gráfico 3D (comando mesh).

Para a leitura de imagens no Scilab é necessário instalar a biblioteca de manipulação de gráficos IPVC (IPCV – Scilab Image Processing & Computer Vision, a module of Image Processing and Computer Vision Toolbox for Scilab 6.0.), usando o gerenciador de módulos ATOMS:


Depois de instalada a biblioteca, é necessário reiniciar o Scilab. Em seguida, é só usar os recursos disponíveis. Um código exemplo simples:
xdel(winsid());
clc;

im = imread(fullpath(getIPCVpath() + "/images/" + 'baboon.png'));
im1 = im;
im2 = im;
im3 = im; 
im1(:,:,1)=0;
im2(:,:,2)=0;
im3(:,:,3)=0;
subplot(2,2,1); imshow(im);
subplot(2,2,2); imshow(im1);
subplot(2,2,3); imshow(im2);
subplot(2,2,4); imshow(im3);

img = rgb2gray(im);
figure; imshow(img);
[count, cells]=imhist(img);
figure; bar(cells, count);
Zm = im2double(img);
figure; mesh(Zm);

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Divulgando: Seminário Internacional de Pesquisas Transdisciplinares Reunirá Pesquisadores de Cinco Países


Para celebrar os 72 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e os 10 anos de fundação do Grupo Transdisciplinar de Estudos e Pesquisas Transdisciplinares (GTeia), será realizado, nos dias 10 a 12 de dezembro de 2020, o Seminário Internacional de Pesquisas Transdisciplinares. Ver aqui.

Recebi do professor Igor Paim:

Olá amigos, convidou a quem tiver interesse em participar de Seminário Internacional de Pesquisas Transdisciplinares de um grupo de pesquisa que eu coordeno junto com o Prof. Dr. Flávio Gonçalves (UFC). Ocorrerá de 10 a 12 de Dezembro de 2020. Teremos conferencias , painéis temáticos e comunicações de pesquisas, além de algumas apresentações artísticas. Tudo on-line.

Nesse evento serão tratados diversos temas transdiciplinares muito interessantes e atuais, envolvendo filosofia, educação, direito, transumanismo, decolonialismo, dentre outros assuntos.

Teremos pesquisadores do Brasil, Colômbia, Coreia do Sul, Itália e Espanha. 

Vale a pena conferir. 

É uma realização do Grupo  Transdisciplinar em Estudos e Pesquisas Interinstitucionais (GTeia) e recebe o apoio de diversas instituições, dentre elas, a UFC e o IFCE - campus Maranguape

Aguardo vocês.

Ass.: Igor Paim (IFCE - Campus Maranguape)

Obs: o evento é GRATUITO, naturalmente, mas as vagas são limitadas a 220 participantes. 

Obs.: Faça logo a sua inscrição !

https://forms.gle/WqwEbUdyBTg5TjQN6

sábado, 5 de dezembro de 2020

Divulgando: Feira do Conhecimento - FdC Digital

 

Na verdade, você terá bem mais que 10 motivos para não querer ficar de fora. Acesse www.feiradoconhecimento.com.br, inscreva-se e saiba mais!

1. O evento é online, você terá acesso a toda programação sem sair de casa;

2. 100% gratuito! Você não paga nada para acessar todo o conteúdo da FdC Digital;

3. São mais de 40 webinares e 8 atrações como museus, mostras de cinema e tecnologias sociais, experimentos científicos, além de um planetário virtual;

4. Conteúdos produzidos por mais de 100 empresas, universidades e instituições da área da ciência, da tecnologia e da inovação;

5. Webinares conduzidos por profissionais e pesquisadores que são referências dentro e fora do país;

6. Representantes de empresas como Microsoft, IBM, Amazon, Google, OSF Digital, entre outras, compõem a nossa programação;

7. São mais de 70 expositores para você visitar durante os 3 dias do evento;

8. Você pode logar de qualquer dispositivo, fixo ou móvel, e até mais de um ao mesmo tempo;

9. Acesso a conteúdo de ponta, que prepara para o mercado de trabalho e para o futuro;

10. Você receberá certificado de participação, emitido pela Secitece.

Vem pra FdC Digital! 

Algumas das palestras:


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Você será vacinado contra a COVID nos primeiros meses de 2021? Resposta curta: não.



Encontrei esse texto hoje e republico aqui no blogue. Vale a pena conferir.

CHEGOU A VACINA. MAS NÃO SERÁ PARA O POVO BRASILEIRO - Então, temos a primeira vacina. Tudo indica que dia 7 de dezembro o Reino Unido começará a vacinar sua população com a primeira vacina aprovada, da Pfizer-BioNTech. E agora eu vou explicar pra vocês porque o que muitos de nós, cientistas, estamos falando há meses, sobre o fato de que não podemos balizar nossas ações no Brasil na chegada de uma vacina, se torna mais real. Porque para nós, brasileiros, isso não será uma realidade próxima. E é agora que grande parte da população vai pagar por suas escolhas políticas, inclusive os que não escolheram o cenário atual. 

Pra vacinar 200 milhões de pessoas, ou o equivalente, são necessários, no mínimo, 200 milhões de agulhas e 200 milhões de seringas. Já pensaram sobre isso? Não temos essa quantidade, não temos nem metade disso. O que significa que o Ministério da Saúde e o Governo Federal deveriam estar, há meses, negociando a compra do estoque destes suprimentos. Mas não estão. A única coisa que foi feita nesse sentido foi em agosto, quando o Governo Federal manifestou interesse em comprar 80 milhões desses suprimentos, sem efetivar o negócio. Agora é a hora que precisaríamos ter inteligência sanitária, epidemiológica e científica estruturada dentro do Governo Federal, para tomar essas decisões estratégicas. E não temos, sequer temos um Ministro da Saúde.

Isso por si só já é bastante sério, mas infelizmente não é o único entrave. A vacina da Pfizer-BioNTech precisa ficar armazenada a -70 graus ou perde eficácia e estabilidade. O Brasil não tem como estocar essa quantidade de vacina nesta temperatura. Os equipamentos de armazenamento vacinal brasileiros chegam a, apenas, -20 graus Celsius. Não temos equipamento. E, sinto muito te dizer, mas o freezer que refrigera a sua mamadeira de piroca não atinge essa temperatura, não vai dar pra ser utilizado.

E como se tudo isso já não fosse grave o suficiente, tem a principal questão: a negociação política e financeira da compra de milhões de doses. Essa compra seria indiscutível para governos que se orientam por princípios científicos, epidemiológicos e sanitários coerentes. Não é o caso do governo atual. Ou vocês acham que um governo que considera uma pandemia que matou mais de 170 mil do seu próprio povo uma "gripinha" estará empenhado nesta negociação?

E como se tudo isso já não constituísse um cenário preocupante, ainda tem a questão delicada, fundamental e altamente estratégica da prioridade vacinal. Qual será a prioridade, quem será vacinado primeiro, qual será o plano de prioridade? Ou você acha que vai poder chegar no postinho a qualquer hora e fazer a sua vacinação e do seu filho? Nada está sendo feito no sentido de traçar as prioridades vacinais no Brasil. O que significa: povo sem vacina.

A conta tá chegando.
E será exorbitante.

Para termos vacina para o povo brasileiro até o fim do primeiro semestre de 2021, todas as negociações deveriam estar sendo realizadas agora. Não é só compra de vacina, como eu acabei de explicar. É muito mais. Mas o Governo Federal brasileiro tá mais preocupado em extinguir as bolsas PIBIC da área de humanas... Vejam o que fizeram com o Brasil.

Ligia Moreiras Sena. Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista. Mestre em Psicobiologia pela Universidade de São Paulo. Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina. Doutora em Ciências (Área: Farmacologia) pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pesquisadora das áreas de: saúde coletiva, violência e saúde, medicalização, violência obstétrica no Brasil e pesquisa qualitativa em saúde com foco nos impactos da violência sobre a saúde da mulher e da criança.