quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Divulgando: Tech Women Paper Contest 2021





INSCREVA SEU TRABALHO CIENTÍFICO

Prezado professor,

Gostaria de contar com a sua ajuda para divulgar um concurso de papers exclusivamente para o público feminino, queremos unir mulheres do Brasil inteiro, mas para isso, precisamos de muita ajuda, e gostaria de contar com você.

O Tech Women Summit trará para o público 5 trilhas de conhecimento com palestrantes de renome em suas áreas, todas mulheres, para dar voz e inspirar milhares de outras mulheres. Além disso nosso evento inclui, como falei antes, um concurso de papers (Tech Women Paper Contest) para mestres e doutoras com o tema "Soluções e Inovações de Tecnologia em Sustentabilidade", uma feira de Startups de liderança feminina, uma feira de carreiras e uma Expo Business.

As inscrições para o Tech Women Paper Contest 2021 foram 2021 estão abertas até 19 de março. O concurso é exclusivo para mulheres autodeclaradas, brasileiras e naturalizadas, e tem o objetivo de estimular e conectar pesquisadoras, empresas e investidores, a fim de desenvolver ações inovadoras para as pessoas e a sociedade.

O Tech Women Paper Contest também visa enaltecer e valorizar o trabalho de mestras e doutoras no campo científico e tecnológico para serem inspiração para mais mulheres. A edição deste ano terá como tema “Soluções e Inovação de Tecnologia em Sustentabilidade” e distribuirá R$ 9 mil em prêmios, divididos entre as categorias: mestrado e doutorado.

Observações: As candidatas que desejam participar do concurso podem estar em fase final de apresentação de seus trabalhos de mestrado ou doutorado ou tê-los defendidos até dois anos antes da data de abertura do edital deste concurso. A avaliação dos trabalhos será feita por mestras e doutoras do Comitê Científico.

A participação e inscrição do concurso é gratuita. Mais informações no site: www.techwomensummit.com.br/tech-women-paper-contest/

O evento conta com o patrocínio da FAPERJ e apoio institucional do IFRJ, entre outros.

Segue um link com um folheto falando sobre o evento: https://drive.google.com/file/d/1V-bfcMB-iZ8AC4fHHUWb9BtFIsxGAoNE/view?usp=sharing

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Razão x fé x teísmo x ateísmo em dois livros - dicas de leitura


As relações entre fé, religião, razão, política e vida prática podem ser problemáticas. Em alguns lugares pessoas morrem e matam por causa da fé ou por causa da religião que seguem ou deixam de seguir. O mundo é um ambiente muito plural e diversas tradições religiosas muito diversas existem. Algumas pessoas, entretanto, preferem não seguir religião alguma e, algumas vezes de forma bem clara, negam a existência de Deus. Contudo, o diálogo entre um crente e um não crente não só é possível, mas também é necessário. Nos livros "Crer ou não crer: uma conversa sem rodeios entre um historiador ateu e um padre católico" e "Em que crêem os quais não crêem? Um diálogo sobre a ética no fim do milênio" tem exemplos desses diálogos. Em "Crer ou não crer" o diálogo é realmente na forma de uma longa conversa, já "Em que crêem os quais não crêem?" não existe propriamente um diálogo, mas trocas de cartas que discutem vários tópicos de religião. São diálogos respeitosos e sem a intenção de um converter o outro. Vale pelo aprendizado e pela discussão de temas polêmicos sob pontos de vista bem diferentes. 
 
Isso tudo me faz lembrar da seguinte regra de fé de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias: 11 Pretendemos o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência; e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde, ou o que desejarem.


Um trecho do debate entre Fábio de Melo e Leandro Karnal:

Karnal: Não é possível ser budista e católico.
Padre Fábio: Justamente! Eu posso até dizer, como cristão, que encontrei na reflexão budista aspectos que me favorecem crescer na minha vida cristã. Há ensinamentos que se encontram. Conheço católicos que descobriram na meditação uma técnica de concentração que facilita a reflexão que fazem diariamente do Evangelho. Veja bem, não estamos falando de teologia. É uma prática ritual, um caminho que facilita o voltar-se para dentro, o chegar a si. Agora, quando você tem antropologias e teologias que se opõem radicalmente, como conciliá-las? 
Karnal: Mas você nota isso?
Padre Fábio: Sim, o tempo todo. A adesão que não contempla o conhecimento é um campo fértil para a ignorância religiosa. E a customização é um resultado do não comprometimento com as instituições religiosas. Cada um vive ao seu modo, de acordo com o que lhe interessa.
Karnal: Eu acho que a crença das pessoas é, essencialmente, crença em si. É um pouco duro dizer isso, mas nós vivemos a era de adoração a Narciso. Usando uma ideia que é de Agostinho, quando afasto da Bíblia o que eu não quero e seleciono o que quero, eu creio em mim e não na Bíblia.
Padre Fábio: Sim, é muito comum encontrar crentes assim.

Dois trechos entre as cartas trocadas por Umberto Eco e Carlo M. Martini:

Umberto Eco: (...) Os laicos não têm direito a criticar o modo de viver de um crente salvo no caso, como sempre, de que vá contra as leis do Estado (por exemplo, a negativa a que aos filhos doentes lhes pratiquem transfusões de sangue) ou se oponha aos direitos de quem professa uma fé distinta. O ponto de vista de uma confissão religiosa se expressa sempre através da proposta de um modo de vida que se considera ótimo, enquanto que do ponto de vista laico deveria considerar-se ótimo qualquer modo de vida que seja consequência de uma livre eleição, sempre que esta não impeça as eleições de outros.

(...)

Carlo Maria Martini: A pergunta, pois, que tenho intenção de lhe fazer se refere ao fundamento último da ética para um laico. Eu gostaria que todos os homens e as mulheres deste mundo tivessem
claros fundamentos éticos para seu obrar e estou convencido de que existem não poucas
pessoas que se comportam com retidão, pelo menos em determinadas circunstâncias, sem
referência a um fundamento religioso da vida. Todavia, não consigo compreender que tipo de
justificação última dão a seu proceder. 

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Negacionismo Científico

 

Algumas vezes, a realidade pode ser muito dura e desafiadora. Diante dessas situações algumas pessoas podem simplesmente tentar negar as evidências e a realidade. Podemos definir negacionismo como sendo a escolha de negar a realidade como forma de escapar de uma verdade desconfortável. Trata-se da recusa em aceitar uma realidade empiricamente verificável.

A ciência é a melhor ferramenta que temos para conhecer o mundo natural, suas relações e funcionamento, seja em relação ao Cosmos, aos seres vivos, à geologia, química, ou qualquer outra área. É com conhecimento científico que conseguimos criar tecnologias e melhorar a vida das pessoas.

O negacionismo científico procura negar fatos ou descobertas científicas sem apresentar provas ou argumentos válidos. Um exemplo: as pessoas que negam o poder de cura das vacinas testadas e aprovadas por comitês científicos. Outro exemplo ainda mais explícito: o terraplanismo.  

Isso não significa dizer que a ciência seja infalível ou que tudo já está devidamente explicado e conhecido. A ciência moderna não tem essa pretensão, mas se temos celulares, GPS, remédios é por causa da ciência. E se a ciência tem tanto sucesso nessas áreas, então que é consenso científico deve ser considerado como altamente provável e como verdade, pelo menos uma verdade provisória.

O cenário atual é muito desafiador. De um lado temos muitas conquistas científicas, de outro lado temos pessoas e "fake news" que negam parte dessas conquistas e do conhecimento criando confusão. A única saída para o fim, ou pelo menos para a minimização do negacionismo científico é a educação. Quanto mais educadas e instruídas, menores as chances das pessoas serem enganadas ou permanecerem no erro mesmo depois de verem evidências desse erro.