sexta-feira, 17 de maio de 2024

Analfabetismo no Brasil: muito o que fazer!

Você gosta de ler?

O analfabetismo é a incapacidade de ler e escrever. O analfabetismo tem uma longa história que reflete as mudanças sociais, econômicas e culturais ao longo dos séculos. A seguir, temos uma visão geral da evolução do analfabetismo desde o Egito Antigo até os dias atuais.

No Egito Antigo

No Egito Antigo (c. 3100-332 a.C.), a alfabetização era limitada a uma pequena elite composta principalmente por escribas, sacerdotes e membros da burocracia. A escrita hieroglífica e a escrita hierática eram complexas, exigindo anos de treinamento especializado. A vasta maioria da população, composta por agricultores e trabalhadores, era analfabeta.

Na Grécia e Roma Antigas

Na Grécia Antiga (c. 800-146 a.C.), a alfabetização era mais difundida entre os cidadãos livres, especialmente nas cidades-estado como Atenas, onde a educação era valorizada. No entanto, ainda havia uma grande parcela da população que era analfabeta, especialmente entre mulheres e escravos. Em Roma (c. 753 a.C. - 476 d.C.), a alfabetização também era valorizada entre as classes superiores, mas a maioria da população, incluindo muitos plebeus e escravos, permanecia analfabeta.

Durante a Idade Média

Durante a Idade Média (c. 476-1453 d.C.), a alfabetização na Europa Ocidental era predominantemente restrita ao clero e à nobreza. A Igreja Católica Romana desempenhava um papel central na educação, com monges e clérigos sendo os principais guardiões e produtores de conhecimento escrito. A maioria da população camponesa e a aristocracia menor eram analfabetas. Em contrapartida, no mundo islâmico e em algumas regiões da Ásia, houve períodos de maior alfabetização e produção de conhecimento, especialmente durante a Idade de Ouro Islâmica (c. 8º ao 14º século).

Renascimento e Iluminismo

Com a chegada do Renascimento (c. 14º ao 17º século) e do Iluminismo (c. 17º ao 19º século), houve um aumento gradual na alfabetização na Europa, impulsionado pela invenção da prensa de Gutenberg em 1440 e pelo aumento do comércio e da urbanização. A demanda por livros cresceu e a alfabetização começou a se espalhar entre as classes mercantis e artesãs, embora a maioria da população rural permanecesse analfabeta.

Nos Séculos XIX e XX

O século XIX viu um aumento significativo nos esforços de alfabetização, particularmente na Europa e na América do Norte, devido à Revolução Industrial e às reformas educacionais. A educação pública tornou-se mais acessível, e a alfabetização começou a ser vista como essencial para a participação cidadã e o progresso econômico. No século XX, a alfabetização tornou-se uma meta global, com muitos países implementando sistemas educacionais públicos obrigatórios. Houve também um foco crescente na alfabetização de adultos e na erradicação do analfabetismo nas nações em desenvolvimento.

Século XXI - Atualmente

No século XXI, a taxa de alfabetização global continuou a melhorar, mas desafios persistem. Enquanto a maioria dos países desenvolvidos tem taxas de alfabetização próximas de 100%, muitas nações em desenvolvimento ainda enfrentam taxas significativas de analfabetismo, especialmente entre mulheres e populações rurais. Organizações internacionais, como a UNESCO, têm trabalhado para promover a alfabetização global e alcançar a educação primária universal. O analfabetismo funcional, onde indivíduos são capazes de ler e escrever em um nível básico mas não conseguem usar essas habilidades de forma eficaz no dia a dia, também se tornou uma preocupação em muitos lugares. Vale destacar que, no mundo, o analfabetismo atinge mais fortemente as mulheres.

No Brasil hoje

Hoje, no Brasil, o analfabetismo atinge cerca de 7% da população com 15 anos ou mais. Isso representa cerca de 11,4 milhões de pessoas. O analfabetismo está desigualmente distribuído pelo Brasil, fatores sociais e culturais levam o Nordeste a liderar esse problema. Os dados, coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo Demográfico 2022, foram divulgados nesta sexta-feira (17/maio/2024). Em comparação à última edição da pesquisa, de 2010, houve relativa melhora: um salto de 80,9% para 85,79% de alfabetizados no Nordeste, mesmo assim o índice nordestino é o dobro da média nacional. Temos muito que fazer para superar esse verdadeiro atraso. Uma comparação: na nossa vizinha Argentina o índice de analfabetismo é de apenas 1%. Uma pessoa analfabeta ou analfabeta funcional tem poucas chances de conseguir uma renda razoável ou de ter crescimento pessoal e profissional.

terça-feira, 14 de maio de 2024

Divulgando: 8ª JORNADA DE FÍSICA (ONLINE)


8ª JORNADA DE FÍSICA (ONLINE)


FAÇA A SUA INSCRIÇÃO NO EVENTO: evento-cientifico-unificado-jornada-de-fisica


PROGRAMAÇÃO
MANHÃ:


Introdução à Cosmologia (PARTE 1, 15/05 Das 08h30 às 11h30): | Dra. Raissa Pimentel (UECE/FECLI) – A professora possui mestrado em Física pela Universidade Federal de Campina Grande (2014) e doutorado em Física pela Universidade Federal da Paraíba (2020), tendo experiência em Física, com ênfase nas áreas de Cosmologia e Teoria de Campos.
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=uMAbUxihS00


Teoria da Relatividade Especial: um curso introdutório (PARTE 1, 15/05 Das 08h30 às 11h30): | Dra. Wanêssa Façanha da Silva (UFC) - Bolsista de Desenvolvimento Tecnológico Industrial A, com graduação em Física pelo Instituto Federal do Ceará (2010), mestrado em Física pela Universidade Federal do Ceará (2014) e doutorado em Física pela Universidade Federal do Ceará (2021).
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=BYhZQgcJdIA

Introdução à Cosmologia (PARTE 2, 16/05 Das 08h30 às 11h30): | Dra. Raissa Pimentel (UECE/FECLI) – A professora possui mestrado em Física pela Universidade Federal de Campina Grande (2014) e doutorado em Física pela Universidade Federal da Paraíba (2020), tendo experiência em Física, com ênfase nas áreas de Cosmologia e Teoria de Campos.
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=mLVXJcFSvR4

 
Teoria da Relatividade Especial: um curso introdutório (PARTE 2, 16/05 Das 08h30 às 11h30): | Dra. Wanêssa Façanha da Silva (UFC) - Bolsista de Desenvolvimento Tecnológico Industrial A, com graduação em Física pelo Instituto Federal do Ceará (2010), mestrado em Física pela Universidade Federal do Ceará (2014) e doutorado em Física pela Universidade Federal do Ceará (2021).
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=XaR4I4IObf8


PROGRAMAÇÃO
TARDE:


Explorando o Ensino e aprendizagem da Matemática através da Teoria das Situações Didáticas (PARTE 1, 15/05 Das 13h30 às 15h30): | Dr. Júnio Moreira de Alencar (IFCE) – Mestre em Matemática e Doutor em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal do Ceará (UFC) pela Universidade Federal do Ceará.
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=k9oXlAuzEzI

 
Explorando o Ensino e aprendizagem da Matemática através da Teoria das Situações Didáticas (PARTE 2, 16/05 Das 13h30 às 15h30): | Dr. Júnio Moreira de Alencar (IFCE) – Mestre em Matemática e Doutor em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal do Ceará (UFC) pela Universidade Federal do Ceará.
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=rrNO0rZwW5I

 
Introdução à Mecânica Quântica (16/05 Das 13h30 às 15h30) | Dr. José Arcenio dos Santos Lourenço (URCA) – O professor é mestre em Física pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG (2015), doutor em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (2019), com Pós-doutorado pela Universidade de Estocolmo na Suécia (2020) e pós-doutorando pela UFRN no grupo Quantum Simulation Technology - Quantech (2021).
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=oyrrMTpDxtc


PROGRAMAÇÃO
PALESTRAS (TARDE/NOITE): 


Cesar Lattes: vida e obra (15/05 Das 16h00 às 17h30) | Dr. Antonio Augusto Passos Videira (UERJ/CBPF) – O Palestrante é Físico e Filosofo, com doutorado em Filosofia na Université de Paris VII - Universitée Denis Diderot (1992).
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=TlJKhAg44MQ

 
Divulgação científica no contexto da formação de professores (15/05 Das 18h00 às 19h30) | Graciella Watanabe (UFABC) – A palestrante é Doutora em Ciências (Ensino de Física) pela Universidade de São Paulo.
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=UmeUFwl2drQ

 
* A descoberta do MESON PI: Cesar Lattes na Física Brasileira e Internacional* (16/05 Das 16h00 às 17h30) | Laércio Ferracioli (UFES) – O palestrante é Doutor em Educação em Ciências pela Universidade de Londres (1994).
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=-KVj0s9_vGw

*Buracos negros: qual sua importância no Universo?
* (16/05 Das 18h00 às 19h30) | Dra. Thaisa Storchi Bergmann (UFRGS) – A palestrante é Doutora em Física (na área de Astrofísica) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1987) com pós-doutorado na Universidade de Maryland (1991) e no Instituto do Telescópio Espacial (1991, 1994), e possui estágios sênior no Rochester Institute of Technology (2005) e Harvard/Smithsonian Center for Astrophysics (2014).
LINK: https://www.youtube.com/watch?v=Svftm8PlF4c

segunda-feira, 13 de maio de 2024

O aquecimento global e os refugiados do clima

Minha casa está derretendo, sua casa está sendo inundada.
 

Aquecimento Global.

O aquecimento global é um fenômeno causado principalmente pela emissão de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, resultantes de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento. Esse aumento na temperatura média da Terra tem impactos profundos e abrangentes sobre o clima global.

As mudanças climáticas referem-se às alterações nos padrões climáticos globais e regionais, que incluem variações na temperatura, precipitação e eventos climáticos extremos. O aquecimento global intensifica esses efeitos, levando a um aumento na frequência e severidade de fenômenos como ondas de calor, secas e tempestades intensas.

Um dos impactos mais visíveis e devastadores das mudanças climáticas são as inundações. O aumento da temperatura global contribui para o derretimento das geleiras e a expansão térmica dos oceanos, elevando o nível do mar. Este processo ameaça áreas costeiras, onde vivem milhões de pessoas, aumentando o risco de inundações em cidades litorâneas e ilhas. Além disso, as mudanças nos padrões de precipitação podem causar chuvas intensas e prolongadas, sobrecarregando sistemas de drenagem e levando a enchentes em áreas urbanas e rurais.

Essas inundações podem ter consequências catastróficas, destruindo infraestruturas, deslocando populações, afetando a produção agrícola e exacerbando crises humanitárias. A adaptação e mitigação são cruciais para enfrentar esses desafios, incluindo a construção de infraestruturas resilientes, a promoção de práticas sustentáveis e a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Refugiados do clima PTrefugiados do cli

Os refugiados do clima, também conhecidos como migrantes climáticos, são pessoas que são forçadas a deixar suas casas devido a mudanças ambientais severas causadas pelo aquecimento global. Esses deslocamentos podem ser temporários ou permanentes e ocorrem devido a uma variedade de fatores, incluindo inundações, secas prolongadas, aumento do nível do mar, tempestades intensas e outros eventos climáticos extremos.

À medida que o aquecimento global acelera, espera-se que o número de refugiados climáticos aumente substancialmente. Comunidades costeiras são especialmente vulneráveis ao aumento do nível do mar e tempestades mais fortes, que podem inundar terras agrícolas e áreas residenciais, tornando-as inabitáveis. Em regiões áridas, o aumento das temperaturas e a redução das chuvas podem levar a secas severas, tornando impossível a agricultura e forçando os moradores a buscar sustento em outras áreas.

Países insulares, como as Maldivas e Kiribati, enfrentam um risco existencial com o aumento do nível do mar ameaçando submergir territórios inteiros. Nessas áreas, a migração já está sendo considerada uma estratégia de adaptação inevitável. Além disso, grandes cidades costeiras, como Miami e Mumbai, também estão em risco, com milhões de habitantes potencialmente precisando realocar-se.

O deslocamento forçado por motivos climáticos apresenta desafios complexos. Muitas vezes, os migrantes climáticos carecem de reconhecimento e proteção legais adequadas, uma vez que o direito internacional dos refugiados, tal como definido pela Convenção de 1951, não cobre explicitamente os deslocados por motivos ambientais. Isso cria uma lacuna de proteção, deixando muitos sem acesso a apoio humanitário essencial.

Para mitigar o impacto sobre os refugiados do clima, é crucial que as nações adotem políticas proativas. Isso inclui a criação de mecanismos legais que reconheçam e protejam os migrantes climáticos, investimentos em infraestrutura resiliente, desenvolvimento de estratégias de adaptação para comunidades vulneráveis e a redução das emissões de gases de efeito estufa para limitar os piores efeitos das mudanças climáticas. Além disso, a cooperação internacional é essencial para apoiar as regiões mais afetadas e compartilhar responsabilidades na gestão das migrações climáticas.

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Sobre o teste Turing.

 

O Teste de Turing.

O teste de Turing, proposto pelo matemático e cientista da computação britânico Alan Turing em 1950, é um dos conceitos mais importantes e antigos na área da inteligência artificial (IA). Esse teste tem sido um ponto de referência na discussão sobre a consciência e a capacidade de uma máquina pensar.

O teste de Turing busca responder à pergunta: "As máquinas podem pensar?" Para isso, Turing propôs um experimento no qual um juiz humano interage com dois participantes através de um terminal de computador. Um dos participantes é uma pessoa e o outro é uma máquina de computação. O juiz não sabe qual é qual. O objetivo do juiz é determinar qual dos participantes é a máquina e qual é a pessoa, com base nas respostas às suas perguntas.

Se a máquina conseguir convencer o juiz de que é uma pessoa, então, de acordo com Turing, pode-se dizer que a máquina "pensa" ou possui inteligência equivalente à humana. Este é o cerne do teste de Turing: se uma máquina pode se passar por humano o suficiente para enganar um observador humano, então ela pode ser considerada inteligente.

No entanto, é importante notar que o teste de Turing tem sido objeto de debate e críticas desde sua concepção. Alguns argumentam que o simples fato de uma máquina poder imitar o comportamento humano não é uma medida definitiva de sua inteligência ou consciência. Além disso, existem questões éticas e filosóficas profundas sobre o que significa ser consciente e se uma máquina pode realmente alcançar esse estado.

Apesar das críticas, o teste de Turing permanece como um marco importante na história da IA e continua a ser uma ferramenta útil para avaliar o progresso e as capacidades dos sistemas de inteligência artificial. 

Será que os computadores em breve irão passar pelo teste de Turing? O que você acha? Até o momento, os computadores são capazes de realizar tarefas complexas com base em algoritmos e dados, mas ainda não possuem inteligência ou consciência no sentido humano. A inteligência artificial tem avançado bastante, mas o nosso entendimento sobre a consciência ainda é muito nebuloso. Muitos especialistas acreditam que é improvável que os computadores alcancem verdadeira consciência, pelo menos nos moldes humanos. Mas será que teremos computadores inteligentes e conscientes ainda neste século ou isso nunca acontecerá?

terça-feira, 7 de maio de 2024

Precisamos urgentemente ponderar sobre as mudanças climáticas

 

Já estamos falando sobre tema há um bom tempo (ver aqui , aqui e aqui , por exemplo). Entretanto, somente quando ocorrem tragédias é que as pessoas despertam (momentaneamente) para o problema. É cada vez mais urgente que governos e as pessoas em geral repensem nossa relação com a natureza e com a Terra. O mal que fazemos à natureza está se voltando rapidamente contra nós mesmos. Como disse recentemente o cientista Carlos Nobre:

A ciência vem trazendo a atenção da emergência climática há décadas. Com esse recorde de 1,5°C mais quente no planeta, todos esses eventos extremos explodiram. Quando baixar o nível dos rios no Rio Grande do Sul, não se pode reconstruir as casas onde elas foram destruídas. Isso não pode acontecer.

Já está passando da hora de levarmos esse assunto - aquecimento global - muito mais a sério.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Um pensamento breve sobre a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein e a Mecânica Quântica

Sobre a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein e a Mecânica Quântica:

"Isso poderia ser visto como uma espécie de maldição, as duas teorias mais belas e poderosas que temos sobre o universo são inconsistentes entre si." — Alberto Casas, professor e pesquisador. Ele continua: “A relatividade geral, que explica precisamente a força da gravidade, transformou radicalmente a nossa compreensão do espaço e do tempo”, escreveu Rovelli. Enquanto a mecânica quântica, que descreve o mundo microscópico, “transformou profundamente o nosso conhecimento da matéria”.

Como diria William Shakespeare "Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que supõe a nossa vã filosofia" (citação da peça 'Hamalet').