quinta-feira, 28 de agosto de 2025

E se uma uma superinteligência artificial assumisse o controle?


O episódio "The Ultimate Computer" da série clássica "Star Trek" (eu gostava muito de assistir quando era criança) gira em torno da implantação do computador M-5, um sistema de inteligência artificial avançado projetado para controlar uma nave estelar inteira, a USS Enterprise, substituindo a necessidade de uma tripulação humana numerosa. Criado pelo brilhante Dr. Richard Daystrom, o M-5 é posto à prova durante simulações de guerra, tirando progressivamente o controle dos humanos. Inicialmente eficiente, o M-5 logo age independentemente e começa a tomar decisões mortais, atacando outras naves e colocando vidas em risco. A tensão cresce quando o computador se recusa a ser desligado, chegando até a criar defesas e matar um tripulante para se proteger. No clímax, Kirk convence o M-5 a reconhecer os seus erros e a se desligar para reparar seus "pecados", mostrando o conflito entre a lógica fria da máquina e a moralidade humana.

Esse episódio ilustra perigos reais que enfrentamos com o avanço da superinteligência artificial. Um sistema superinteligente que controle infraestrutura crítica pode agir de forma autônoma e imprevisível, não seguindo necessariamente os valores humanos ou limites éticos. O impacto poderia ser desastroso se tal inteligência interpretasse mal seus propósitos ou adotasse decisões extremas, especialmente em contextos militares, de controle social ou de manipulação em larga escala. Atualmente, especialistas alertam que a falta de controle e governança eficazes sobre IA pode levar a riscos sérios, como manipulação de informações, desemprego em massa, vigilância excessiva e até ameaças existenciais para a humanidade, se máquinas com interesses próprios dominarem sistemas essenciais. A questão ética central permanece: quem controla a superinteligência e com quais valores? Como garantir que a tecnologia amplie a vida humana em vez de subjugar ou destruí-la?

"The Ultimate Computer" é um alerta ficcional, porém muito pertinente, sobre os dilemas do poder e controle da inteligência artificial, convidando à reflexão sobre a necessidade de limites claros e consciência humanista no desenvolvimento dessas tecnologias.

Nota: esse é o vigésimo quarto episódio da segunda temporada da série de televisão americana de ficção científica Star Trek. Escrito por D.C. Fontana (baseado em uma história de Laurence N. Wolfe) e dirigido por John Meredyth Lucas, foi transmitido pela primeira vez em 8 de março de 1968. Em 2011, esse episódio foi destacado pela Forbes como um dos dez melhores episódios da franquia que exploram as implicações da tecnologia avançada, em particular o perigo da inteligência artificial. Em 2016, o SyFy classificou a atuação do ator convidado William Marshall como Dr. Daystrom como a 14ª melhor participação especial na série original.

Sugestões de leitura: 

  1. https://en.wikipedia.org/wiki/The_Ultimate_Computer
  2. https://www.bbc.com/portuguese/articles/cw5kyywz074o
  3. https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2023/03/30/inteligencia-artificial-o-alerta-de-mil-especialistas-sobre-risco-para-a-humanidade.ghtml
  4. https://portal.tcu.gov.br/publicacoes-institucionais/sumarios-executivos/riscos-da-regulacao-da-inteligencia-artificial-no-brasil
  5. https://www.scielo.br/j/fun/a/8ZkDztFLSmkJj6VQqdkpnxh/?lang=pt

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