segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Uso massivo da IA e o a questão do emprego: o que podemos esperar?

 

Tentar prever o futuro é quase sempre uma tarefa ingrata: é muito mais fácil errar do que acertar. De todo modo, é mais ou menos isso que faremos nesta postagem: tentar prever o que irá acontecer com os empregos devido o uso massivo de  Inteligência Artificial (IA). A pergunta básica é: A IA pode gerar uma onda de desemprego em escala global? 

A Inteligência Artificial (IA) pode, sim, gerar desemprego em larga escala em alguns países e setores, especialmente se for adotada muito rápido e sem políticas de transição adequadas. No entanto, o efeito global tende a ser desigual e mais complexo do que a ideia simplista de “todo mundo perder o emprego ao mesmo tempo”. [web:213][web:231][web:235]

A IA pode gerar desemprego rápido?

Relatórios da OCDE estimam que cerca de 27% dos empregos, em média, estão em “alto risco” com a IA, ou seja, uma parcela grande das tarefas realizadas nesses postos pode ser automatizada. [web:213][web:234]

Isso não significa que todos esses empregos desaparecerão de imediato, mas indica um forte potencial de substituição em pouco tempo se empresas acelerarem a automação sem requalificar trabalhadores. [web:213][web:231] Já a OIT enfatiza que, na maior parte dos casos, a IA tende a automatizar tarefas dentro de um cargo, e não eliminar o cargo inteiro, o que leva mais a uma reconfiguração do trabalho do que a uma extinção instantânea de vagas. [web:235]

Empregos e áreas mais afetados

Estudos sobre IA generativa e automação indicam maior exposição em atividades intensivas em informação, linguagem e rotinas digitais. [web:231][web:232][web:233][web:236]

  • Atendimento e serviços ao cliente: telemarketing, suporte por chat ou e-mail, centrais telefônicas, vendas de serviços, emissão de passagens, agentes de viagem. [web:233][web:236]
  • Trabalho de escritório e funções administrativas: operadores de dados, auxiliares administrativos, funções repetitivas de backoffice e processamento de formulários. [web:213][web:231]
  • Profissões de linguagem e conteúdo: tradutores, revisores, redatores, jornalistas, parte da produção de marketing e publicidade. [web:233][web:236]
  • Setor financeiro e jurídico (tarefas de rotina): análise de documentos, triagem de contratos, processamento padronizado de operações e atividades de compliance básico. [web:231][web:232][web:234]
  • Áreas técnicas orientadas a código e dados: parte do trabalho de programadores, analistas de dados e alguns tipos de cientistas de dados, principalmente em tarefas muito padronizáveis. [web:233][web:236]

Em geral, são mais vulneráveis os empregos que combinam muito trabalho digital, forte repetição de padrões e baixa exigência de presença física, empatia profunda ou julgamento contextual complexo. [web:213][web:231][web:232]

Quais países seriam impactados primeiro?

Países da OCDE e grandes economias avançadas (como EUA, Europa Ocidental, Japão, Coreia do Sul, Canadá, Austrália) estão na “linha de frente” dos impactos da IA sobre o mercado de trabalho. Eles concentram uma alta proporção de empregos em serviços e conhecimento, infraestrutura digital desenvolvida e empresas com grande capacidade de investimento em IA. [web:213][web:228][web:231]

Regiões com forte setor de serviços avançados (finanças, tecnologia, mídia, serviços empresariais) tendem a sentir o impacto mais cedo e com mais intensidade. [web:231][web:234] Já países em desenvolvimento, com alto peso de trabalho informal, agricultura e serviços presenciais, podem sentir efeitos mais lentos, mas com riscos importantes em segmentos urbanos formais, como call centers, bancos e varejo on-line. [web:214][web:217][web:230]

Todos os países serão afetados da mesma forma?

Não. A distribuição do impacto da IA sobre o emprego é claramente desigual. [web:213][web:228][web:231]

  • Mais expostos: países ricos, muito digitalizados e com grande proporção de empregos de escritório e de conhecimento, onde a automação de tarefas cognitivas é mais fácil e lucrativa. [web:213][web:228][web:231]
  • Menos expostos no curto prazo: países em que grande parte da força de trabalho atua em atividades presenciais, informais ou de baixa digitalização. Nesses contextos, o risco maior é aumentar ainda mais a desigualdade interna, beneficiando uma minoria altamente qualificada e pressionando a maioria. [web:214][web:217][web:230]

Dentro de cada país, grupos mais vulneráveis incluem trabalhadores com baixa qualificação formal, mulheres em determinadas ocupações administrativas, jovens em empregos de entrada e algumas profissões altamente especializadas em linguagem. [web:230]

Os governos estão cientes desse problema?

Sim. Relatórios recentes da OCDE e de outros organismos multilaterais discutem explicitamente a necessidade de políticas para lidar com os efeitos da IA sobre o trabalho. Entre as medidas sugeridas estão programas de requalificação e formação continuada, fortalecimento da proteção social nas transições de emprego e regulação do uso de IA no ambiente de trabalho. [web:213][web:217][web:228][web:231]

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) também publica estudos específicos chamando atenção para a governança da IA no mercado de trabalho e defendendo que a tecnologia seja usada para complementar, e não destruir, empregos de forma descontrolada. [web:214][web:235]

Blocos como União Europeia e países como os Estados Unidos já discutem, em legislações de IA e estratégias industriais, formas de mitigar riscos de desemprego, aumento da desigualdade e concentração de poder econômico em poucas grandes empresas de tecnologia. [web:217][web:228][web:231]

Conclusão: risco real, impacto desigual

Em síntese, a IA pode, sim, provocar ondas localizadas de desemprego rápido em determinadas ocupações e em países mais digitalizados. No entanto, o impacto tende a ser muito desigual entre países e grupos sociais, e os governos já estão, em maior ou menor grau, cientes do problema. 

O grande desafio não é apenas a tecnologia em si, mas a velocidade da transição e a qualidade das políticas públicas de educação, requalificação e proteção social que serão implementadas nos próximos anos.

Referências utilizadas sobre IA e mercado de trabalho

Principais fontes mencionadas na resposta anterior, formatadas de acordo com as normas da ABNT (adaptadas para ambiente web):

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). OECD: 27% of jobs at high risk from AI. Paris, 24 nov. 2025. Disponível em: <https://www.cesi.org/posts/oecd-27-of-jobs-at-high-risk-from-ai>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:213]

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Future of work. Paris, 2019. Disponível em: <https://www.oecd.org/en/topics/future-of-work.html>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:228]

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Who will be the workers most affected by AI?. Paris, 30 out. 2024. Disponível em: <https://www.oecd.org/en/publications/who-will-be-the-workers-most-affected-by-ai_14dc6f89-en.html>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:230]

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT (OECD). Artificial intelligence and the labour market. In: OECD Employment Outlook 2023. Paris, 10 jul. 2023. Disponível em: <https://www.oecd.org/en/publications/oecd-employment-outlook-2023_08785bba-en/>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:217]

INTERNATIONAL LABOUR ORGANISATION (ILO). ILO study finds AI to complement, rather than replace jobs. Genebra, 22 ago. 2023. Disponível em: <https://www.wam.ae/en/article/hszrhqu0-ilo-study-finds-complement-rather-than-replace>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:235]

MICROSOFT RESEARCH; FORTUNE. Microsoft researchers have revealed the 40 jobs most and least likely to be impacted by generative AI. 30 jul. 2025. Disponível em: <https://fortune.com/2025/07/31/microsoft-research-generative-ai-occupational-impact-jobs-most-and-least-likely-to-impact>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:233]

NASK et al. Jobs Exposure to Generative AI: Ongoing Study by NASK-PIB. 2024. Disponível em: <https://www.acigjournal.com/pdf-201152-124473?filename=Jobs+Exposure+to.pdf>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:232]

VISUAL CAPITALIST. Ranked: The Top 40 Jobs at Risk From AI. 2023. Disponível em: <https://www.visualcapitalist.com/top-40-jobs-at-risk-from-ai/>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:236]

WAM. Highly skilled occupations such as medicine, law and finance may be at risk of AI automation. Euronews Next, 12 jul. 2023. Disponível em: <https://www.euronews.com/next/2023/07/13/highly-skilled-occupations-such-as-medicine-law-and-finance-may-be-at-risk-of-ai-automa>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:234]

BUSINESS & HUMAN RIGHTS RESOURCE CENTRE. OECD warns that AI puts high-skilled jobs at risks. 10 jul. 2023. Disponível em: <https://www.business-humanrights.org/en/latest-news/oecd-warns-that-ai-puts-high-skilled-jobs-at-risks/>. Acesso em: 1 dez. 2025. [web:231] 

Extra: dica de vídeo aqui. Veja também essa publicação aqui. 

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Publicação feita com o auxílio do Perplexity.AI. 

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