Plutão é um dos objetos mais fascinantes do Sistema Solar, descoberto em 1930 por Clyde Tombaugh. Por décadas, foi considerado o nono planeta, mas em 2006, a União Astronômica Internacional (IAU) o reclassificou como planeta anão. Essa mudança gerou muita polêmica, mas é baseada em critérios científicos claros.
De acordo com a definição oficial da IAU, um planeta deve atender a três condições:
- 1. Orbitar diretamente ao redor do Sol (não ser satélite de outro corpo).
- 2. Ter massa suficiente para que sua própria gravidade o torne aproximadamente esférico (equilíbrio hidrostático).
- 3. Ter "limpado" sua órbita, ou seja, ser gravitacionalmente dominante na região, atraindo ou ejetando outros objetos de tamanho similar.
Plutão atende às duas primeiras: ele orbita o Sol e é quase esférico (diâmetro de cerca de 2.377 km). No entanto, falha na terceira. Ele está localizado no Cinturão de Kuiper, uma região além de Netuno repleta de milhares de objetos gelados (conhecidos como objetos transnetunianos ou KBOs). A massa de Plutão é apenas cerca de 0,07 vezes a massa total dos outros objetos em sua órbita - muito pouco para dominá-la. Em comparação, a Terra tem massa 1,7 milhão de vezes maior que os objetos restantes em sua órbita.
A descoberta de objetos como Éris (em 2005, inicialmente considerado mais massivo que Plutão) destacou que Plutão é apenas um dos muitos corpos semelhantes no Cinturão de Kuiper. Isso levou à criação da categoria planeta anão: objetos que atendem aos critérios 1 e 2, mas não o 3. Atualmente, há cinco planetas anões reconhecidos: Plutão, Éris, Haumea, Makemake e Ceres.
Plutão é pequeno: menor que a Lua da Terra e bem menor que os oito planetas clássicos. Apesar da reclassificação (que permanece válida até hoje, em 2025), Plutão continua fascinante. A missão New Horizons da NASA, em 2015, revelou um mundo complexo com montanhas de gelo, planícies, atmosfera fina e até possíveis criovulcões.

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