quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Nebulosa do Caranguejo - Astronomia

 

Esta é uma imagem em mosaico, uma das maiores já obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble da NASA, da Nebulosa do Caranguejo, um remanescente em expansão de seis anos-luz de largura da explosão de uma supernova estelar. Astrônomos japoneses e chineses registraram este evento violento em 1054 dC.

Os filamentos laranja são os restos esfarrapados da estrela e consistem principalmente de hidrogênio. A estrela de nêutrons que gira rapidamente, embutida no centro da nebulosa, é o dínamo que alimenta o misterioso brilho azulado do interior da nebulosa. A luz azul vem de elétrons girando quase à velocidade da luz em torno das linhas do campo magnético da estrela de nêutrons. A estrela de nêutrons, como um farol, ejeta feixes gêmeos de radiação que parecem pulsar 30 vezes por segundo devido à rotação da estrela de nêutrons. Uma estrela de nêutrons é o núcleo ultradenso esmagado da estrela que explodiu.

O nome da Nebulosa do Caranguejo deriva de sua aparência em um desenho feito pelo astrônomo irlandês Lord Rosse em 1844, usando um telescópio de 36 polegadas. Quando observada pelo Hubble, bem como por grandes telescópios terrestres, como o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, a Nebulosa do Caranguejo assume uma aparência mais detalhada que fornece pistas sobre o espetacular desaparecimento de uma estrela, a 6.500 anos-luz de distância.

A imagem foi montada a partir de 24 exposições individuais de Wide Field e Planetary Camera 2 tiradas em outubro de 1999, janeiro de 2000 e dezembro de 2000. As cores na imagem indicam os diferentes elementos que foram expelidos durante a explosão. O azul nos filamentos na parte externa da nebulosa representa o oxigênio neutro, o verde é o enxofre monoionizado e o vermelho indica o oxigênio duplamente ionizado.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

CI Inovador - formação em microeletrônica e semicondutores

 

O CI Inovador é uma iniciativa conjunta do MCTI e da Softex com parceria com as instituições de ensino mais renomadas do Brasil. Nosso propósito é formar profissionais altamente qualificados na área de microeletrônica e semicondutores para atender a demanda do mercado e contribuir para o desenvolvimento do setor. 

Confira abaixo como participar do CI Inovador:

  • Verifique os todos os requisitos do edital e consulte o Manual de Estudo do Candidato CI Inovador. 
  • Escolha os polos e as trilhas de preferência e a modalidade de concorrência. 
  •  Preencha o formulário de inscrição e envie até o dia 15/04/2024. 
  • Faça a prova online no dia 24/04/2024 pelo link que será divulgado no site do CI Inovador após o encerramento das inscrições e aguarde o resultado no dia 26/04/2024.
Requisitos:
  • Ter diploma de graduação ou certificado de conclusão até julho de 2024 nos cursos de: Engenharia elétrica, Sistema de informação, Ciência da computação, Engenharia de computação, Análise de dados, Engenharia de telemática, Estatística, Engenharia de automação, Engenharia física, Bacharelado em Física, Bacharelado em Matemática ou Engenharia mecatrônica.
  •  Ter nível de inglês intermediário, avançado ou fluente.
  • Ter disponibilidade de tempo para curso integral e para comparecer às aulas presenciais no respectivo polo.
Mais informações e edital aqui.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Algumas frases e pensamentos de Voltaire

 


François-Marie Arouet (21 de novembro de 1694 - 30 de maio de 1778) foi um escritor, historiador e filósofo iluminista francês. Mais conhecido como M. de Voltaire, ele era famoso por sua sagacidade e suas críticas ao cristianismo - especialmente à Igreja Católica Romana - e à escravidão. Voltaire era um defensor da liberdade de expressão, liberdade de religião e separação entre igreja e estado.

Voltaire foi um escritor versátil e prolífico, produzindo obras em quase todas as formas literárias, incluindo peças de teatro, poemas, romances, ensaios, histórias e exposições científicas. Ele escreveu mais de vinte mil cartas e dois mil livros e panfletos. Voltaire foi um dos primeiros autores a se tornar conhecido e comercialmente bem-sucedido internacionalmente. Ele era um defensor declarado das liberdades civis e estava em constante risco com as rígidas leis de censura da monarquia católica francesa. Suas polêmicas satirizavam a intolerância, o dogma religioso e as instituições francesas de sua época. Sua obra mais conhecida e magnum opus, Cândido, ou O Otimismo, é uma novela que comenta, critica e ridiculariza muitos eventos, pensadores e filosofias de seu tempo. 

Algumas de suas citações:

  • A tolerância nunca provocou uma guerra civil, a intolerância cobriu a terra de carnificina.
  • A escrita é a pintura da voz.
  • Quando se trata de dinheiro, toda a gente é da mesma religião.
  • Como o despotismo é o abuso da realeza, a anarquia é o abuso da democracia.
  • É sempre obrigatório aquilo que é grande ser atacado pelos espíritos pequenos.
  • A pátria é onde se vive feliz.
  • Todas as grandezas deste mundo não valem um bom amigo.
  • Aquele que sustenta a sua loucura pelo assassinato é um fanático.
  • Ama a verdade mas perdoa o erro.
  • É próprio da censura violenta acreditar nas opiniões que ataca.
  • Cartas curtas e longas amizades, eis a minha divisa.
  • O melhor governo é aquele onde há o mínimo de homens inúteis.
  • A felicidade é frequentemente a única coisa que se pode dar sem se possuir e é, dando-a, que ela se obtém.
  • Fala-se sempre mal quando nada se tem a dizer.
  • Revelar o segredo de outro é traição, revelar o seu próprio é tolice.
  • Decidi ser feliz porque é bom para a saúde.
  • O fanático é um monstro que ousa dizer-se filho da religião.
  • A beleza agrada aos olhos, a doçura encanta a alma.
  • A política é a arte de mentir a propósito.
  • Aquilo a que chamamos acaso é talvez, apenas, a causa ignorada de um efeito conhecido.
  • Não estou de acordo com o que você diz, mas bater-me-ei até ao fim para que o possa dizer.
  • Achou-se, em boa política, o segredo de fazer morrer de fome aqueles que, cultivando a terra, fazem viver os outros.
  • A dúvida é um estado mental desagradável, mas a certeza é ridícula.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Cem livros para ler


Sem dúvida alguma, existem muitos livros notáveis na literatura universal. É difícil criar uma lista com apenas cem livros. E no final, toda lista desse tipo é excludente e, de certa forma, injusta. No entanto, aqui vai uma seleção diversificada de obras antigas e modernas que muitos consideram importantes e que oferecem uma ampla visão sobre diferentes aspectos da experiência humana e da literatura.

"A Odisséia" - Homero
"A Ilíada" - Homero
"A Divina Comédia" - Dante Alighieri
"Dom Quixote" - Miguel de Cervantes
"Hamlet" - William Shakespeare
"Orgulho e Preconceito" - Jane Austen
"Crime e Castigo" - Fiódor Dostoiévski
"Os Irmãos Karamázov" - Fiódor Dostoiévski
"Cem Anos de Solidão" - Gabriel García Márquez
"1984" - George Orwell
"O Processo" - Franz Kafka
"O Apanhador no Campo de Centeio" - J.D. Salinger
"O Grande Gatsby" - F. Scott Fitzgerald
"Ulisses" - James Joyce
"O Senhor dos Anéis" - J.R.R. Tolkien
"O Hobbit" - J.R.R. Tolkien
"Guerra e Paz" - Lev Tolstói
"Anna Karenina" - Lev Tolstói
"Moby Dick" - Herman Melville
"Madame Bovary" - Gustave Flaubert
"As Vinhas da Ira" - John Steinbeck
"Paraíso Perdido" - John Milton
"Os Miseráveis" - Victor Hugo
"A Metamorfose" - Franz Kafka
"O Estrangeiro" - Albert Camus
"O Retrato de Dorian Gray" - Oscar Wilde
"As Aventuras de Huckleberry Finn" - Mark Twain
"O Pequeno Príncipe" - Antoine de Saint-Exupéry
"O Sol é para Todos" - Harper Lee
"Orgulho e Preconceito" - Jane Austen
"Os Sofrimentos do Jovem Werther" - Johann Wolfgang von Goethe
"O Processo" - Franz Kafka
"O Vermelho e o Negro" - Stendhal
"O Mestre e Margarida" - Mikhail Bulgakov
"A Peste" - Albert Camus
"Memórias Póstumas de Brás Cubas" - Machado de Assis
"O Conde de Monte Cristo" - Alexandre Dumas
"O Grande Sertão: Veredas" - João Guimarães Rosa
"Grande Esperança" - Charles Dickens
"O Amor nos Tempos do Cólera" - Gabriel García Márquez
"Crime e Castigo" - Fiódor Dostoiévski
"Os Irmãos Karamázov" - Fiódor Dostoiévski
"Os Sertões" - Euclides da Cunha
"Mrs. Dalloway" - Virginia Woolf
"A Insustentável Leveza do Ser" - Milan Kundera
"O Deus das Pequenas Coisas" - Arundhati Roy
"A Casa dos Espíritos" - Isabel Allende
"O Nome da Rosa" - Umberto Eco
"A Sangue Frio" - Truman Capote
"Vidas Secas" - Graciliano Ramos
"O Morro dos Ventos Uivantes" - Emily Brontë
"O Jogo da Amarelinha" - Julio Cortázar
"A Insustentável Leveza do Ser" - Milan Kundera
"Cem Anos de Solidão" - Gabriel García Márquez
"A Revolução dos Bichos" - George Orwell
"A Divina Comédia" - Dante Alighieri
"Cândido, ou o Otimismo" - Voltaire
"Os Versos Satânicos" - Salman Rushdie
"A Cor Púrpura" - Alice Walker
"O Conto da Aia" - Margaret Atwood
"As Crônicas de Nárnia" - C.S. Lewis
"O Nome da Rosa" - Umberto Eco
"Os Pilares da Terra" - Ken Follett
"O Perfume" - Patrick Süskind
"A Elegância do Ouriço" - Muriel Barbery
"O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa" - C.S. Lewis
"O Lobo da Estepe" - Hermann Hesse
"O Homem Duplicado" - José Saramago
"Laranja Mecânica" - Anthony Burgess
"Matadouro 5" - Kurt Vonnegut
"O Médico e o Monstro" - Robert Louis Stevenson
"Maus" - Art Spiegelman
"A Menina que Roubava Livros" - Markus Zusak
"O Velho e o Mar" - Ernest Hemingway
"O Silmarillion" - J.R.R. Tolkien
"O Fim da Eternidade" - Isaac Asimov
"Os Despossuídos" - Ursula K. Le Guin
"O Poderoso Chefão" - Mario Puzo
"O Monte dos Vendavais" - Emily Brontë
"O Perfume" - Patrick Süskind
"Os Filhos da Meia-Noite" - Salman Rushdie
"O Apanhador no Campo de Centeio" - J.D. Salinger
"A Insustentável Leveza do Ser" - Milan Kundera
"O Dia do Chacal" - Frederick Forsyth
"O Sol é para Todos" - Harper Lee
"O Apanhador no Campo de Centeio" - J.D. Salinger
"Cem Anos de Solidão" - Gabriel García Márquez
"O Velho e o Mar" - Ernest Hemingway
"A Revolução dos Bichos" - George Orwell
"O Nome da Rosa" - Umberto Eco
"Guerra e Paz" - Lev Tolstói
"Anna Karenina" - Lev Tolstói
"Cem Anos de Solidão" - Gabriel García Márquez
"1984" - George Orwell
"O Processo" - Franz Kafka
"O Apanhador no Campo de Centeio" - J.D. Salinger
"Dom Quixote" - Miguel de Cervantes
"Crime e Castigo" - Fiódor Dostoiévski
"A Metamorfose" - Franz Kafka
"A Divina Comédia" - Dante Alighieri

Você incluiria outros livros ou autores? Uma lista semelhante a essa pode ser vista aqui. Outras postagens sobre esse tema aqui e aqui.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Como o mundo funciona: "todos têm o seu preço".

Só leia o texto abaixo se você tiver estômago forte.

Executivo de banco conta como se compram políticos, juízes e jornalistas em entrevista a Jessé Souza (fonte aqui).

 

Publicado por 

Diario do Centro do Mundo   

O sociólogo Jessé Souza entrevistou representantes da alta classe média e da massa da classe média para escrever seu mais recente livro, “A Classe Média no Espelho”, em que traça um perfil do segmento da sociedade que, em grande parte, foi para as ruas protestar durante o governo Dilma Rousseff.

O pretexto era o combate à corrupção, mas se sabe hoje que era uma falácia. A classe média nunca esteve preocupada com a corrupção — se estivesse, estaria protestando pela punição a Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro, flagrados em movimentação milionária atípica. 

Um dos entrevistados por Jessé foi o CEO de um banco, cujo nome é preservado. O executivo conta como o banco compra políticos, juízes e até jornalistas, para manter um sistema corrupto de privilégios. 

A entrevista está sendo publicada com autorização de Jessé Souza e de seu agente editorial:

Sérgio: o CEO de um banco explica como se compra o mundo

Sérgio não é um CEO qualquer. Muito inteligente, culto, leitor de psicanálise nas horas vagas – a mulher é psicóloga -, ele é dessas pessoas que têm prazer numa sinceridade desconcertante. Sérgio tinha plena consciência de quem era e do que fazia. Se no passado teve algum problema com isso, agora não deixava transparecer nenhum incômodo.

Desde a adolescência, ele era grande amigo de João Carlos. Filho de banqueiros, havia acumulado fortuna própria na década de 1990, durante o governo de FHC, administrando fundos de investimento estrangeiros que ganharam uma grana preta com as privatizações levadas a cabo no período.

Segundo Sérgio, João Carlos começou como um hábil representante de bancos estrangeiros e abriu inúmeras portas de investimento para os parceiros por meio de suas relações nos meios financeiros paulistanos, bem como no poder político e no Poder Judiciário, tanto em Brasília como em São Paulo. Lucrou tanto se utilizando do dinheiro alheio que fundou o próprio banco.

Nessa época, Sérgio frequentava uma faculdade de Direito nos Estados Unidos. Depois passou um ano em Londres, estudando finanças e ciência política e, por indicação de amigos do pai, estagiando num escritório que lidava com o mercado financeiro. Morou também em Sevilha, na Espanha, onde descobriu sua área jurídica de predileção: o direito administrativo.

No início dos anos 2000, quando voltou ao Brasil depois de quatro anos de pós-graduação no exterior, com pouco mais de 30 anos, o amigo João Carlos já era um multimilionário por “esforço próprio” e apenas naquele ano tinha ganhado mais dinheiro do que o pai durante toda a vida.

Como o negócio do banco – aliás, o de todos os bancos hoje em dia – dependia da intersecção entre Estado, João precisava de alguém de confiança para cuidar da parte jurídica, antes terceirizada em diversos escritórios. Sérgio recebeu então carta branca para montar sua equipe de trabalho. Hoje o departamento jurídico é o centro nervoso do banco, com tudo passando pelas mãos de Sérgio, e ocupa um andar inteiro de um prédio moderno, decorado com luxo e bom gosto.

Quando lhe perguntei qual era seu trabalho, Sérgio não titubeou.

O João é o gênio, sabe onde estão o dinheiro e as oportunidades, pensa nisso o tempo todo. Eu só faço comprar as pessoas necessárias para que as coisas aconteçam como ele quer. Não fui eu que inventei o mundo como ele é, só procuro sobreviver da melhor maneira possível. O mais importante no Direito é conhecer os meandros da linha cinzenta entre o legal e o ilegal. Meu trabalho é expandir ao máximo a margem da legalidade a serviço dos interesses do banco.

Como já existe toda uma legalidade paralela que cuida dos interesses do setor financeiro, meu trabalho é fazer com que o nosso banco fique com o melhor pedaço da torta. Nossa equipe tem mais de vinte advogados escolhidos a dedo e bem pagos. Mas eles fazem o ramerrão do trabalho jurídico. O dia a dia. Eu faço os contatos com juízes, políticos e jornalistas e cuido dos clientes estrangeiros. Com o serviço jurídico, no sentido tradicional, meu trabalho não tem nada a ver. É mais gestão de clientes, dar a eles o que querem, dizer o que querem ouvir, beber o que eles querem beber e ser discreto e sóbrio em tudo.

E o que eles querem?

Aqui em São Paulo o que move tudo é o dinheiro e todo mundo quer viver bem. As pessoas são compradas com dinheiro vivo e com depósitos em paraísos fiscais criados para isso. A gente sabe fazer bem feito. Sem deixar rastro. A cidade é toda comprada, não se iluda, toda licitação pública e todo negócio lucrativo, sem exceção, é repartido e negociado.

Todo mundo tem um preço. Até hoje não conheci quem não tivesse. E para todo negócio é necessário uma informação privilegiada aqui, um amigo no Banco Central ali, uma sentença comprada ali ou a influência de um ministro em Brasília acolá.

Além da compra direta, em dinheiro vivo ou depósito no exterior, a gente tem que paparicar constantemente os caras. Uma forma eficaz são os presentes constantes, sem a expectativa imediata de contrafavores. Isso gera simpatia. Às vezes você ganha até um “amigo”.

odo mundo adora vinhos caros, e as mulheres desses caras adoram essas bolsas que custam 50, 60 mil reais. Se é alguém com conhecimentos técnicos, você pode promover seminários e palestras, e pagar muito além do que se paga nesse tipo de mercado. Para cada tipo de cliente e de gente existe um jeito mais conveniente de comprar sem parecer que está comprando.

Não fazemos isso em troca de um serviço concreto. Isso é muito importante. O que construímos é um círculo de amigos. Temos uma lista grande de pessoas que simplesmente presenteamos no aniversário e em diversas outras ocasiões, ano após ano. Presentes bons e caros. Não economizamos nisso. Aí, quando você precisa, pode contar com a boa vontade do cara. Isso é o que chamo de criar relações de confiança.

E o pagamento direto por serviços específicos?

Obviamente isso também existe. Aí pagamos em paraísos fiscais por meio de transferências sucessivas entre dezenas de empresas de fachada, de tal modo que nem Sherlock Holmes consegue refazer o caminho original.

Hoje em dia existem meios ainda mais eficazes de eliminar riscos, mas este é nosso pulo do gato, e não posso lhe contar. Mas não fica rastro, posso assegurar. Esta, afinal, é a nossa mercadoria: a segurança no investimento. E, sendo um banco, tudo fica mais fácil. Não é só no caso do nosso banco: todos os bancos, inclusive os maiores, fazem a mesma coisa.

A mina de ouro de qualquer banco comercial ou de investimento é o Banco Central. Ali só entra gente nossa. E o país é gerido a partir do Banco Central, que decide tudo de importante na economia. É lá que a zona cinzenta entre legalidade e ilegalidade define a vida de todos. Isso não aparece em nenhum jornal.

Podemos fazer qualquer tipo de especulação com o câmbio, como nos swaps cambiais, por exemplo. Se der errado, o Banco Central cobre o prejuízo. Não existe negócio melhor. Se der errado, o famoso Erário paga a conta. Quem controla toda a economia somos nós e a nosso favor, o Congresso nem apita sobre isso. Quando, muito eventualmente, decide sobre algo, apenas assina o que nós mandamos, essa é verdade que ninguém conhece porque não sai em nenhuma TV.

Claro que tudo é justificado como mecanismo de combate à inflação, e não para enriquecer os ricos. Para quem vê isso tudo funcionar a partir de dentro, como no meu caso, é até engraçado.

Essa é a estrutura legalizada pela opacidade do Banco Central e da dívida pública. Mas e os negócios ilegais mesmo?

Não existe negócio que não seja intermediado por um banco, seja legal ou ilegal. Essa história de operador e doleiro é coisa da Lava Jato e da imprensa para desviar a atenção da participação dos agentes financeiros. Os bancos são completamente blindados porque inventaram um meio infalível de distribuir dinheiro para quem já tem muito poder e dinheiro. Falam de todo mundo menos de nós, que comandamos tudo.

Para mim, aí é que está o poder real, o poder do dinheiro. Na verdade, são os bancos os operadores e os doleiros, e todo o dinheiro sai de bancos, seja dinheiro limpo – na realidade, sempre dinheiro que foi tornado limpo -, seja dinheiro sujo. A não ser que você fabrique dinheiro em casa.

Aliás, parte do lucro dos bancos vem de lavar dinheiro e intermediar transações. Mas o grosso da grana vem do Banco Central, das remunerações de sobras de caixa – que são ilegais, mas sobre as quais ninguém diz nada – das operações de swap cambial, dos títulos da dívida – enfim, o Banco Central é nossa mãe. É tudo escancarado, mesmo com inflação zero e o país na ruína.

Nosso lucro é legal, ou seja, legalizado, já que somos intocáveis e ninguém se mete conosco. Boa parte dos juízes e ministros de tribunais superiores, como todo mundo no meio sabe, advogam por interposta pessoa, e nós somos os principais clientes de alguns e de quem paga melhor. São os bancos que pagam as eleições do Congresso quase inteiro. Aí você pode legalizar qualquer coisa, qualquer papel sujo que a gente mande ao Congresso os caras assinam. Nesse contexto, onde se pode tudo, as operações abertamente ilegais são uma parte menor dos lucros, mas obviamente existem.

Se ninguém imprime notas de dinheiro no quintal, é óbvio que todo o dinheiro, inclusive todo dinheiro sujo, vem dos bancos, que retiram parte do seu lucro real intermediando essas relações e lavando esse dinheiro. Os bancos controlam o que você vai fazer com o dinheiro e todo dinheiro pode ser rastreado.

Toda transferência bancária tem um chip e, se você quiser saber de onde o dinheiro vem, dá para saber. Inclusive nas transações internacionais. Se a transferência é em dólar, tudo passa por Nova York e recebe um número. Mas ninguém quer saber, essa é a verdade. Como os bancos mandam na imprensa, nos juízes e nos políticos, a intermediação de todo dinheiro ilegal jamais é denunciada, E se for denunciar, você é que acaba preso. Isso eu garanto.

Como funciona mandar dinheiro para propinas no exterior, por exemplo, para comprar gente em Angola, na companhia de petróleo?

Você liga para o presidente de um banco [e cita, testando minha reação, o nome do presidente de um grande banco) e pergunta qual a comissão dele para fazer remessa.

Assim, na cara de pau?”, pergunto. “E como você acha que funciona?”, indaga Sérgio, rindo e se divertindo com minha surpresa.

Lembra daquelas malas do Geddel? Como você acha que aquele dinheiro chegou naquele apartamento? Dinheiro não dá em árvore. Quem tem a possibilidade de fazer o dinheiro circular de um lugar para outro são os bancos, mais ninguém.

Não há nenhum caso de corrupção em que o dinheiro não venha de um banco. Ou seja, os bancos são os intermediários, sempre. A imprensa nunca toca nisso porque é tabu. Afinal, a imprensa é nossa.

[Texto completo aqui]

Descoberta uma "superterra" na zona habitável de uma estrela anã vermelha.

 

Uma pesquisa recente, publicada na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, relata a descoberta de uma superterra orbitando uma estrela anã vermelha há "apenas" 137 anos-luz de distância da Terra. Chamado de TOI-715b, o planeta tem cerca de 1,55 do raio do nosso e está dentro da zona habitável da estrela. 

Dentro do mesmo sistema, foi ainda observado um segundo planeta do mesmo tamanho que a Terra que, se confirmado, será a menor em zona habitável que o Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito da NASA (TESS) encontrou até agora. 

Artigo completo aqui.

A 1.55 R⊕ habitable-zone planet hosted by TOI-715, an M4 star near the ecliptic South Pole.

ABSTRACT 

A new generation of observatories is enabling detailed study of exoplanetary atmospheres and the diversity of alien climates, allowing us to seek evidence for extraterrestrial biological and geological processes. Now is therefore the time to identify the most unique planets to be characterized with these instruments. In this context, we report on the discovery and validation of TOI-715 b, a planet orbiting its nearby (42 pc) M4 host (TOI-715/TIC 271971130) with a period 19,288 d. TOI-715 b was first identified by TESS and validated using ground-based photometry, high-resolution imaging and statistical validation. The planet’s orbital period combined with the stellar effective temperature give this planet an installation⁠, placing it within the most conservative definitions of the habitable zone for rocky planets. TOI-715 b’s radius falls exactly between two measured locations of the M-dwarf radius valley; characterizing its mass and composition will help understand the true nature of the radius valley for low-mass stars. We demonstrate TOI-715 b is amenable for characterization using precise radial velocities and transmission spectroscopy. Additionally, we reveal a second candidate planet in the system, TIC 271971130.02, with a potential orbital period of 25,6 d and a radius of 1,066⁠, just inside the outer boundary of the habitable zone, and near a 4:3 orbital period commensurability. Should this second planet be confirmed, it would represent the smallest habitable zone planet discovered by TESS to date. 

 Keywords: planets and satellites: detection, planets and satellites: fundamental parameters, planets and satellites: terrestrial planets

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Inteligência artificial e Deep fake news: como distinguir o que é verdade do que é falso?

Foto real do ataque de um T-Rex na cidade de São Paulo. Hoje qualquer um pode fabricar imagens falsas. Algumas podem ser facilmente detectadas.

"As imagens se tornaram quase indistinguíveis [das reais]", afirma. "Não se pode mais acreditar no que se ouve ou vê nos dispositivos eletrônicos. É preciso pesquisar e não sair compartilhando, por mais que pareça real." - Alberto Ferreira de Souza, doutor em Ciência da Computação pelo University College London e professor emérito da Universidade Federal do Espírito Santo.

Introdução
Saber se uma fotografia, áudio ou vídeo é "real" ou "fabricado" pode ser uma tarefa bastante problemática em nossos dias. A ascensão da inteligência artificial (IA) trouxe consigo a capacidade de criar vídeos falsos, conhecidos como deepfakes, que representam um desafio significativo para a sociedade moderna. Essas manipulações de mídia, alimentadas por algoritmos avançados, têm o potencial de enganar e manipular as massas, comprometendo a confiança nas informações e minando a integridade das comunicações. Neste texto, exploraremos os desafios associados às deep fake news e discutiremos estratégias para ajudar as pessoas a discernir a autenticidade dos vídeos.

Tecnologia de Geração de Deepfakes
As deepfakes utilizam técnicas de aprendizado profundo para sintetizar vídeos falsos convincentes, substituindo o rosto de uma pessoa em um vídeo original por outro. Essas tecnologias estão em constante evolução, tornando-se cada vez mais acessíveis e sofisticadas. O desafio reside na capacidade de replicar detalhes faciais, expressões e movimentos corporais de maneira quase imperceptível, o que dificulta a detecção visual direta. 

Ameaça à Integridade da Informação
A disseminação de deep fake news apresenta uma ameaça à integridade da informação. Políticos, celebridades e indivíduos comuns podem ser alvo de manipulações que visam difamar, desacreditar ou criar narrativas fictícias. Isso compromete a confiança do público nas fontes de notícias e desafia a capacidade das pessoas de discernir entre realidade e ficção. 

Dificuldade de Detecção Automática
Detectar deepfakes tornou-se uma corrida entre os criadores dessas tecnologias e os desenvolvedores de ferramentas de detecção. As técnicas de geração avançaram mais rapidamente do que as capacidades de detecção, resultando em uma lacuna que pode ser explorada para disseminar desinformação. A detecção automática é desafiadora devido à adaptabilidade dos algoritmos de geração, que conseguem evoluir para contornar métodos de identificação. 

Educação e Conscientização
Uma abordagem fundamental para combater deep fake news é a educação pública. As pessoas precisam ser conscientizadas sobre a existência dessa tecnologia e os riscos associados. Compreender as sutilezas dos deepfakes, como inconsistências na iluminação, movimentos faciais irregulares e problemas de áudio, pode capacitar as pessoas a questionar a autenticidade dos vídeos que encontram. 

Verificação de Fontes e Contexto
Ao encontrar um vídeo suspeito, é crucial verificar as fontes e o contexto. Investigar a origem do vídeo, analisar a credibilidade da fonte e procurar por informações adicionais são passos importantes para validar ou refutar a autenticidade de uma peça de mídia. A conscientização sobre práticas de verificação de informações é essencial para evitar a propagação de desinformação. 

Desenvolvimento de Ferramentas de Detecção
Investir em pesquisa e desenvolvimento de ferramentas de detecção de deepfakes é imperativo. Especialistas em IA e segurança cibernética precisam colaborar para criar métodos mais eficazes e ágeis de identificar vídeos manipulados. A integração dessas ferramentas em plataformas de mídia social e reprodutoras de vídeo pode ser uma medida crucial para combater a disseminação de deep fake news. 

Conclusão
As deep fake news representam uma ameaça substancial à integridade da informação e à confiança pública. Combater esse fenômeno requer uma abordagem abrangente, envolvendo educação, conscientização e desenvolvimento contínuo de tecnologias de detecção. Ao equipar as pessoas com as ferramentas e o conhecimento necessários, podemos mitigar os impactos negativos das deepfakes e preservar a confiabilidade das informações na era da inteligência artificial.

Sobre eleições e deepfake - ver aqui.