segunda-feira, 23 de março de 2020

Algumas pandemias ao longo da história


A atual pandemia do coronavírus é "apenas" mais uma de uma longa série de pandemias que já circularam pelo mundo desde antes de Cristo. Quando ouvimos falar de pandemia, uma das mais famosas que lembramos dos livros de história é a peste negra que (supostamente) varreu 1/3 da população européia na Idade Média.

Na Wikipédia lemos: uma pandemia (do grego παν [pan = tudo/ todo(s)] + δήμος [demos = povo]) é uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população localizada numa grande região geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o Planeta Terra.

O número de mortes em uma epidemia ou em pandemia dependem basicamente de dois fatores: taxa de mortalidade e extensão populacional atingida. Se a doença é muito virulenta, ela acaba se autolimitando e não se espalha tanto, pois a taxa de mortalidade é maior que o espalhamento. Fatores tais como higiene, situação nutricional, existência de remédios, entre outros, afetam o número de mortes. Segundo a OMS, para surgir uma pandemia são necessários três  fatores:
  • O aparecimento de uma nova doença na população. 
  • O agente infecta humanos, causando uma doença séria. 
  • O agente espalha-se fácil e sustentavelmente entre humanos.
Em ordem cronológica, segue uma relação (incompleta) de algumas mais mortais pandemias que já circularam pela Terra:
  • Peste do Egito (430 a.C.) - a febre tifoide matou um quarto das tropas atenienses e um quarto da população da cidade durante a Guerra do Peloponeso. 
  • Peste Negra (1300) - oitocentos anos depois do último aparecimento, a peste bubônica tinha voltado à Europa. Começando a contaminação na Ásia, a doença chegou à Europa mediterrânea e ocidental em 1348 (possivelmente de comerciantes fugindo de italianos lutando na Crimeia), e matou vinte milhões de europeus em seis anos, um quarto da população total e até metade nas áreas urbanas mais afetadas. 
  • Gripe Asiática (1889–1892) - foi detectada em maio de 1889 em Bukhara, Rússia. Em outubro, tinha chegado a Tomsk e no Cáucaso. Espalhou-se rapidamente pelo oeste e atingiu a América do Norte em dezembro de 1889, América do Sul entre fevereiro e abril de 1890, Índia entre fevereiro e março de 1890 e Austrália entre março e abril de 1890. Era causada pelo subtipo H2N2 do vírus influenza e teve uma taxa de mortalidade muito alta. 
  • Gripe espanhola (1918–1919) - identificada no começo de março de 1918 em tropas dos Estados Unidos que treinavam no Acampamento Funston, Kansas. Coincidiu com o fim da Primeira Guerra Mundial. Em outubro de 1918 tinha espalhado-se para se tornar uma pandemia mundial, atingindo todos os continentes. Extraordinariamente mortal e violenta, quase terminou tão depressa quanto começou, desaparecendo completamente dentro de 18 meses. É a pandemia mais devastadora que se conhece. Esta epidemia foi extensivamente narrada e foi descrita como "o maior holocausto médico da história". Em seis meses, 25 milhões de pessoas estavam mortas (algumas estimativas que esse número seja duas vezes maior). Calculou-se que 17 milhões de pessoas morreram na Índia, 500.000 nos Estados Unidos e 200.000 no Reino Unido. O vírus foi reconstruído recentemente por cientistas do CDC que estudavam restos de cadáveres preservados pelo permafrost no Alasca. Eles identificaram isto como um tipo de vírus H1N1. 
  • O vírus HIV que causa a AIDS é considerado uma pandemia global agora com infecção taxa tão alta quanto 25% na África subsaariana, começou em algum momento da década de 1960. Educação efetiva sobre prática sexual mais segura e treinar precauções ajudou reduzir a velocidade das taxas de infecção em vários países africanos que patrocinaram programas de educação nacionais. As taxas de infecção estão subindo novamente na Ásia e na América. Devido a alta incidência de infecção uma imensa perda de vidas nas África central e leste estão devastando os países destas regiões. Existe uma estimativa de que mais de 30 milhões de mortes em decorrência da AIDS.
Então, se você acha que essa pandemia do coronavírus é um anúncio do fim do mundo, talvez tenha que esperar um pouco mais - ela é mais uma, dificilmente será a última pandemia. Certamente, muitos efeitos colaterais seguirão no rastro desta pandemia, recessão e desemprego são certezas, e muitos de nós podem perder pais e avós (mas temos que lembrar que os jovens não são imunes). Entretanto, de forma diferente de outras pandemias, sabemos muito bem o que fazer e os governos estão cientes do que devem fazer. Esperamos que todos façam sua parte para minimizar os danos.

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