sábado, 15 de outubro de 2022

Sobre polarização política.

 

Esse texto é fruto de uma leitura do artigo da Wikipédia Polarização política e do artigo O que é polarização e por que é prejudicial à democracia? do site https://www.politize.com.br. Logo, não deve ser visto como um artigo "original meu", embora eu concorde com o que está escrito.

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No mundo da política, polarização pode referir-se à divergência ou ao aumento da divergência entre atitudes políticas de extremos ideológicos. Essa divergência pode ocorrer na população em geral ou dentro de certos grupos e instituições.

Quase todas as discussões da polarização em ciência política consideram-na no contexto dos partidos políticos e sistemas democráticos de governo. Quando a polarização ocorre em um sistema bipartidário, como os Estados Unidos, vozes moderadas muitas vezes perdem poder e influência.


Quando ocorre uma forte polarização política, os grupos se fecham em suas convicções e não estão dispostos ao diálogo. E isso é muito ruim para democracia. Em geral, teremos apenas dois grupos principais formando essa polarização política.

A polarização não é um fenômeno recente. Ela acompanha toda a história humana. Nós temos a tendência a nos unirmos em grupos que pensam e agem de forma mais ou menos semelhante. Para pertencer a esses grupos, é necessário demonstrar lealdade. Isso, muitas vezes, impede que você tenha uma visão mais crítica e pode lhe levar a abrir mão da própria individualidade para aceitar as normas, crenças e ideias do grupo. Se opor ao próprio grupo é desconfortável, enquanto que seguir o grupo é fonte de prazer e aceitação.

Se você não pertencem a nenhum dos dois grupos, e vê pontos positivos e negativos em ambos, você pode ser considerado como "isentão" e acaba sendo mal visto por todos. Nem todos têm a força necessária para se posicionarem desta forma.

Quando a polarização é muito extrema, o respeito a regras comuns, reconhecimento da legitimidade dos adversários (ou seja, tratá-los como competidores legítimos dentro de uma disputa igualitária), tolerância e diálogo desaparecem. Isso é extremamente nocivo a democracia. Em uma sociedade concentrada em dois lados radicalizados, adversários são vistos como inimigos, o diálogo não é incentivado – ou até mesmo é condenado – e transgredir as regras parece justificável. Esse é um dos caminhos que levam à morte da democracia.

Em ambiente polarizado, as fake news se espalham com facilidade: elas se aproveitam da nossa vontade de acreditar em notícias que corroboram nossas ideias, independentemente da sua veracidade.

O excesso de polarização afeta também a busca por soluções para problemas da sociedade. Um debate polarizado impede as análises profundas e cheias de nuances que questões complexas, como as do mundo em que vivemos, exigem. O processo decisório corre o risco de travar quando dois lados não conseguem formar acordos mínimos. Essa consequência é mais clara nos Estados Unidos, onde apenas dois partidos disputam o poder e, cada vez mais distantes, chegam a parar o país em votações fundamentais.

Por fim, a polarização, em último caso, leva à erosão das instituições e das práticas que compõem o sistema democrático, além de abrir espaço o surgimento de lideranças totalitárias e do próprio fim da democracia.

Podemos tomar algumas atitudes para evitar uma polarização excessiva: 

  • devemos ter em mente que todos erramos e que podemos estar errados em alguma questão importante;
  • pensar de forma crítica e analisar os fatos, se os fatos não sustentam nossa opinião, então nossa opinião precisa mudar;
  • conversar com o outro de forma clara e procurar se colocar no seu lugar para entender as suas razões;
  • ninguém deve ser considerado inimigo só por pensar diferentemente de você.

O mundo é um lugar complexo, nem tudo é "preto no branco", nem é uma "luta do bem contra o mal". É esse tipo de simplificação que pode levar a polarização política extrema. Uma outra leitura sobre este mesmo tema aqui. Por fim, deixo uma dica de leitura o livro Como Morrem as Democracias por Steven Levitsky e Daniel Ziblatt (2018).

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