segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Um antídoto contra a intriga e a fofoca: os três filtros de Sócrates.

"A Morte de Sócrates", por Jacques-Louis David (1787). Fonte aqui.
"Somente duas coisas são infinitas…. O Universo e a estupidez humana. E eu não estou certo sobre o primeiro."  Albert Einstein.

O filósofo grego Sócrates ensinou uma forma muito sábia de evitar fofocas e cortar a maledicência. Basta aplicar "os três filtros". Que filtros são esses? Só devemos aceitar receber uma "notícia" sobre algum conhecido se:
  1. temos certeza que é algo verdadeiro?
  2. é algo que edifica a pessoa que está sendo envolvida?
  3. é algo útil para mim?
O primeiro critério está ligado à verdade, o segundo com a bondade e o terceiro com a utilidade. Qualquer "novidade" que não passe por esses três filtros não pode ser levada em conta ou propagada. A seguinte história ilustra a aplicação desses filtros (retirei daqui):

 “Na antiga Grécia, Sócrates tornou-se famoso pela sua sabedoria e pelo grande respeito que manifestava por todos. Um dia, veio ao encontro do filósofo um homem, seu conhecido, que lhe disse:
     
- Sabes o que me disseram de um teu amigo?
     - Espera um pouco - respondeu Sócrates. Antes de me dizeres alguma coisa, queria que passasses por um pequeno exame. Chamo-lhe o exame do triplo filtro.
     - Triplo filtro?
     - Isso mesmo - continuou Sócrates. Antes de me falares sobre o meu amigo, pode ser um boa ideia filtrares três vezes o que me vais dizer. É por isso que lhe chamo o exame de triplo filtro.
     O primeiro filtro é a 
verdade. Estás bem seguro de que aquilo que me vais dizer é verdade?
     - Não - disse o homem. Realmente só ouvi falar sobre isso e ...
     - Bem! - disse Sócrates. Então, na realidade, não sabes se é verdadeiro ou falso.
     Agora, deixa-me aplicar o segundo filtro, o filtro da 
bondade. O que me vais dizer sobre o meu amigo, é uma coisa boa?
    - Não. Pelo contrário...
     - Então, queres dizer-me uma coisa má e que não estás seguro que seja verdadeira. Mas posso ainda ouvir-te, porque falta um filtro, o da 
utilidade. Vai servir-me para alguma coisa saber aquilo que me vais dizer sobre o meu amigo?
     - Não. De verdade, não...
     - Bem - concluiu Sócrates. Se o que me queres dizer pode nem sequer ser verdadeiro, nem bom e nem me é útil, porque haveria eu de querer saber? 


Se antes de dar ouvidos a comentários levianos ou maldosos todos nos lembrássemos desses três filtros, possivelmente o mundo seria um lugar mais sadio para viver.

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