Trata‑se de uma inversão brutal de prioridades: recursos que deveriam sustentar ciência, tecnologia e formação de recursos humanos de alto nível são drenados para emendas de curto prazo, muitas vezes de baixíssima transparência e impacto estrutural. A mensagem do Congresso é clara e vergonhosa: em vez de apostar em laboratórios, bibliotecas, bolsas e projetos que geram inovação, soberania científica e desenvolvimento, prefere o toma‑lá‑dá‑cá miúdo do calendário eleitoral.
Investir em universidades, no Institutos Federais, CAPES e CNPq nunca foi “gasto”, é o mínimo para um país que pretende sair do atraso; cortar esses recursos em plena era da transição digital e climática é condenar o Brasil à periferia intelectual do mundo. Ao aprovar esse orçamento, o Congresso atual se mostra pequeno, míope e hostil ao conhecimento: trata a ciência como despesa supérflua, quando é precisamente ela que sustenta saúde, educação básica, indústria, agricultura, tecnologia e qualquer sonho sério de desenvolvimento digno desse nome. A soberania nacional passa pelas universidades e o congresso não que enxergar esse fato óbvio.
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Nota Oficial sobre os cortes orçamentários na Educação Profissional, Científica e Tecnológica 2026
NOTA OFICIAL Data de Publicação: 26 dez 2025 08:10
Data de Atualização: 26 dez 2025 08:12
O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), que representa as reitoras e os reitores dos Institutos Federais, Cefets e do Colégio Pedro II, manifesta profunda preocupação diante dos cortes orçamentários realizados pelo Congresso Nacional na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026.
As reduções impostas pelo Congresso Nacional somam mais de R\$186,8 milhões diretamente no orçamento das instituições da Rede Federal. Este cenário torna-se ainda mais crítico ao considerarmos os cortes transversais em órgãos de fomento como a Capes e o CNPq, que impactam diretamente a manutenção de bolsas de pesquisa e extensão, atividades relacionadas às licenciaturas, bem como desenvolvimento científico e tecnológico das instituições.
Vale destacar que o montante cortado para 2026 é o dobro do registrado em 2025. Esta redução ocorre em um momento em que a Rede Federal vive um plano de expansão e intensifica campanhas vitais, como a da alimentação escolar, que garante a segurança alimentar de milhares de estudantes da Educação Profissional, Científica, Tecnológica e Fundamental, impactando a permanência e o êxito estudantil.
Desde 2016, a Rede Federal opera sob uma realidade de recursos insuficientes. Atualmente, têm-se operado com um orçamento que remete aos patamares de 2014, apesar do crescimento expressivo no número de campi e matrículas na última década. A dependência de recomposições orçamentárias anuais, bem como de emendas parlamentares geram instabilidade e dificultam o planejamento estratégico das instituições.
Parece-nos contraditório que, em um ano de aprovações tão importantes do Parlamento, como o Plano Nacional de Educação e o Sistema Nacional de Educação, ocorra um corte dessa magnitude na Lei Orçamentária Anual das instituições da Rede Federal de EPCT. Tal ação prejudica a execução das políticas públicas educacionais e a manutenção das atividades essenciais das unidades.
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Referências:
- https://www.apufsc.org.br/2025/12/22/orcamento-2026-mais-um-absurdo-do-congresso-nacional/
- https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2025-12/orcamento-2026-traz-corte-de-quase-r-500-milhoes-para-universidades
- https://portal.sbpcnet.org.br/noticias/sbpc-e-abc-lamentam-os-cortes-orcamentarios-a-pesquisa-publica-presentes-na-loa-2026/
- https://g1.globo.com/educacao/noticia/2025/12/23/congresso-corte-orcamento-universidades-federais-2026.ghtml
- https://www.ifsc.edu.br/web/noticias/w/nota-oficial-sobre-os-cortes-orcamentarios-na-educacao-profissional-cientifica-e-tecnologica-2026

É necessário mais investimentos e não menos.
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