sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Sobre o planeta Marte


Marte é um planeta rochoso, frio e desértico, com cerca de metade do diâmetro da Terra e uma atmosfera muito rarefeita, o que o torna um “primo” menor e bem mais inóspito do nosso planeta.[web:475][web:476]

Visto da Terra, Marte pode atingir brilho comparável ao de Júpiter em certas oposições e se destaca pelo seu tom alaranjado-avermelhado no céu noturno.[web:475][web:477]

Marte: características essenciais

  • Planeta terrestre com diâmetro de cerca de 6.780 km, aproximadamente metade do diâmetro terrestre, e massa em torno de 11% da massa da Terra.[web:475]
  • Atmosfera fina, composta principalmente de dióxido de carbono (≈96%), com pequenas frações de argônio, nitrogênio e traços de oxigênio e vapor d’água.[web:475][web:477]
  • Temperatura média global em torno de –60 °C, com grande variação diária devido à atmosfera rarefeita.[web:475][web:485]
  • Superfície marcada por vulcões gigantes (como o Monte Olimpo) e cânions enormes (Vale Marineris), além de calotas polares sazonais formadas por gelo de água e dióxido de carbono sólido.[web:475]

Marte e Terra: semelhanças e diferenças

Comparação básica entre Terra e Marte
Propriedade Terra Marte
Diâmetro ≈ 12.742 km ≈ 6.780 km (≈ 53% da Terra)
Massa 1 massa terrestre ≈ 0,11 massas terrestres
Gravidade superficial 1 g ≈ 0,38 g
Atmosfera Densa, dominada por N2/O2 Muito fina, dominada por CO2
Temperatura média ≈ 15 °C ≈ –60 °C (com grande variação)
Água na superfície hoje Abundante, em oceanos e rios Apenas na forma de gelo e traços na atmosfera

Essa comparação mostra por que Marte é, ao mesmo tempo, um alvo fascinante para exploração e um ambiente muito mais hostil do que a Terra para a vida como conhecemos.[web:475][web:476]

Como Marte é visto da Terra

  • Marte é melhor observado em épocas de oposição, quando Sol, Terra e Marte ficam quase alinhados, com Marte oposto ao Sol no céu; nesse período o planeta está mais próximo e atinge seu maior brilho aparente.[web:475][web:477]
  • Em oposições favoráveis (próximas ao periélio marciano), Marte pode atingir magnitudes próximas de –2 e diâmetros aparentes em torno de 25 segundos de arco, permitindo ver calotas polares e manchas escuras com telescópios amadores.[web:475][web:477]
  • A olho nu, aparece como uma “estrela” alaranjada, de brilho variável, cujo movimento entre as constelações — incluindo as fases de movimento retrógrado — foi crucial para a história da astronomia.[web:475]

As pequenas luas de Marte: Fobos e Deimos

Marte possui duas pequenas luas irregulares, Fobos e Deimos, muito menores que a nossa Lua e com aparência de grandes asteroides escuros e cheios de crateras.[web:475][web:489]

  • Fobos: cerca de 27 km em seu maior eixo, orbita extremamente perto de Marte, completando aproximadamente três voltas em torno do planeta a cada dia marciano; é mais brilhante e maior que Deimos.[web:487][web:489]
  • Deimos: ainda menor, com cerca de 15 km em seu maior eixo, orbita mais distante e leva um pouco mais de um dia marciano para completar uma volta; é uma das menores luas conhecidas do Sistema Solar.[web:487][web:489]
  • Quanto à origem, há dois cenários principais em discussão: captura de asteroides ou formação a partir de detritos de um grande impacto em Marte; modelos recentes favorecem variações do cenário de impacto, mas o problema ainda não está totalmente resolvido.[web:480][web:483]
  • Vistas da Terra, Fobos e Deimos são extremamente tênues, exigindo grandes telescópios e, na prática, são estudadas principalmente por sondas e observatórios profissionais.[web:475][web:487]

Marte e as leis de Kepler

A órbita de Marte desempenhou um papel central na descoberta das leis do movimento planetário por Johannes Kepler. Tycho Brahe havia obtido medições muito precisas da posição de Marte no céu ao longo de muitos anos, fornecendo a Kepler um conjunto de dados observacionais excepcional.[web:484][web:490]

  • Kepler inicialmente tentou ajustar a órbita de Marte a círculos, como previa o modelo copernicano clássico, mas as pequenas discrepâncias entre o modelo circular e as observações (da ordem de minutos de arco) o levaram a concluir que a órbita marciana era uma elipse com o Sol em um dos focos: daí surgiu a primeira lei de Kepler.[web:484][web:490]
  • Ao estudar como Marte se movia mais rápido quando mais próximo do Sol e mais devagar quando mais distante, Kepler formulou a segunda lei (os planetas varrem áreas iguais em tempos iguais) e, comparando períodos e distâncias de vários planetas, inclusive Marte, chegou à terceira lei, que relaciona o período orbital à distância média ao Sol.[web:484][web:490]
  • Em resumo, foi a “teimosia” dos dados de Marte — especialmente por ser um planeta relativamente excêntrico — que forçou a ruptura com a tradição das órbitas circulares perfeitas e abriu caminho para a descrição moderna do Sistema Solar.[web:484][web:490]

Referências e Fontes de Pesquisa

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