terça-feira, 4 de setembro de 2012

Quanto pode ganhar um engenheiro?

Qual o seu salário? Fonte da figura aqui.
O crescimento econômico de um país passa necessariamente pela educação e formação de pessoal técnico especializado. Nesse momento de razoável crescimento econômico em que vive o Brasil, mais oportunidades de trabalho e bons salários são vislumbradas para o setor de engenharia e tecnologia da informação. Mas fica a dúvida: quanto um engenheiro pode receber? E os profissionais da área de TI? Em termos salariais, vale mesmo todo o esforço e dedicação de cursar um faculdade de engenharia? Essa postagem tentar apresentar alguma informação para quem está com esse dilema.

Sendo bem simplista, para os engenheiros temos a seguinte tabela:
  • 6h diárias - 6 salários mínimos 
  • 7h diárias - 7,25 salários mínimos 
  • 8h diárias - 8,5 salários mínimos 
Com base na Lei nº 4.950-A, de 22 de abril de 1966 e na Resolução nº 397, de 11 de agosto de 1995, fonte: CREA-SP.

O mundo é mais complexo e a realidade é muito mais "plural" do que diz a visão do CREA. Uma tabela mais "sintonizada" com o mercado de trabalho e também mais completa para os engenheiros e várias outras áreas é apresentada pela revista Exame. Abaixo temos parte dessa tabela (fonte click aqui):



Cargo

Porte da
empresa*
0 - 2 anos
> 10 anos
Diretor de Supply Chain

P/M
18.000 - 27.000
25.000 - 35.000
G
20.000 - 32.000
25.000 - 45.000
Diretor de Operações / Industrial

P/M
18.000 - 30.000
20.000 - 40.000
G
20.000 - 35.000
25.000 - 45.000
Gerente de Incorporação

P/M
-
-
G
10.000 - 15.000
23.000 - 28.000
Gerente de Projetos / Contratos

P/M
5.000 - 8.000
12.000 - 30.000
G
5.000 - 9.000
12.000 - 35.000
Gerente de Compras / Logística

P/M
6.000 - 10.000
17.000 - 22.000
G
7.000 - 13.000
14.000 - 30.000
Gerente de Qualidade / QSMS

P/M
6.500 - 8.500
11.000 - 16.000
G
8.500 - 15.000
10.000 - 25.000
Gerente de Produção

P/M
5.000 - 12.000
10.000 - 20.000
G
6.000 - 15.000
10.000 - 22.000
Supervisor de Manutenção / Utilidades

P/M
4.500 - 7.000
7.000 - 13.000
G
4.500 - 9.000
7.000 - 16.000
Coordenador de Customer Service

P/M
5.000 - 8.500
7.000 - 10.000
G
6.000 - 8.500
8.500 - 12.000
Coordenador de Logística / PCP

P/M
3.000 - 6.000
6.000 - 10.000
G
3.500 - 7.000
10.000 - 12.000
Engenheiro de Aplicação / Vendas

P/M
3.000 - 6.000
8.000 - 12.000
G
4.500 - 7.000
8.000 - 12.000
Engenheiro Civil / Planejamento

P/M
4.500 - 6.000
9.000 - 15.000
G
4.500 - 8.500
9.000 - 12.000
Comprador

P/M
2.000 - 4.500
4.500 - 8.500
G
2.500 - 6.500
4.500 - 13.000
Arquiteto

P/M
2.500 - 5.000
4.500 - 15.000
G
3.000 - 4.500
6.000 - 31.000

Para o setor de TI/Telecom temos a seguinte tabela (ainda segundo a revista Exame):



Cargo

Porte da
empresa*
0 - 2 anos
> 10 anos
Diretor de TI/ CIO

P/M
*
*
G
20.000 - 27.000
32.000 - 57.000
Gerente de TI

P/M
12.500 - 18.000
19.500-33.000
G
14.500 - 21.600
21.500-40.000
Gerente de Infraestrutura/Telecom

P/M


G
13.000-19.000
20.500 - 35.000
Gerente de Sistemas/ Desenvolvimento

P/M


G
13.000 - 19.500
20.500 - 33.500
Gerente de Serviços/ Operações

P/M


G
11.500 - 17.000
18.000 - 33.500
Gerente de Projetos

P/M
7.500 - 11.000
10.000-18000
G
9.000 - 12.500
13.000 - 24.000
Coordenador de Infraestrutura/Telecom

P/M
6.500 - 9.000
10.000 - 16.500
G
7.000 - 10.000
11.500 - 19.500
Coordenador de Sistemas/ Desenvolvimento

P/M
6.500 - 9.000
11.000 - 16.500
G
8.000 - 11.000
12.500 - 19.500
Coordenador Segurança/Redes

P/M
-
-
G
6.000 - 9.000
10.000-18.000
Analista de Negócios/ Processos

P/M
4.000 - 6.500
8.500-15.000
G
4.500 - 7.500
10.000 - 19.500
Analista de ERP

P/M
3.500 -6.000
8.500 - 16.500
G
4.000 - 7.000
10.000 - 18.500
Analista de Business Intelligence

P/M
2.500 - 5.500
8.500 - 15.000
G
3.000 - 6.000
10.000 - 17.000
Analista de Infraestrutura/Telecom

P/M
3.000 - 5.500
8.000 - 14.000
G
4.000 - 6.000
9.000 - 17.000
Analista de sistemas/ desenvolvimento

P/M
2.500 - 4.500
8.500 - 15.000
G
3.000 - 5.500
9.500 - 17.000

Obs: pequena e média empresa - até R$ 500 milhões de faturamento ao ano; grande empresa - a partir de R$ 500 milhões de faturamento ao ano.

Bom, claro que é sempre possível seguir a carreira como empreendedor. Os riscos são maiores, mas o retorno pode ser muito melhor. Notar também que, pelo menos em princípio, não é exigida uma pós-graduação, mas parar de estudar não é o melhor caminho para chegar ao topo da carreira.

E para quem pensar em seguir a carreira acadêmica uma sugestão: faça um doutorado. Sem doutorado a carreira acadêmica simplesmente não é atrativa e as portas da pesquisa não se abrem direito. Com o doutorado será possível chegar a um salário bruto próximo de R$ 17.000,00 no fim da carreira na rede federal de ensino (universidades e institutos federais) em 2013, atualmente esse valor está por volta de R$ 12.000,00. Outra dica: para quem começa um doutorado depois dos 40 anos, conseguir o título na área de engenharia/computação é uma tarefa quase impossível. Não tenha a ilusão de essa é uma tarefa "fácil".

4 comentários:

  1. Professor,

    Tenho plena certeza do que eu quero, e quero seguir uma carreira acadêmica. Quero conseguir um título de Doutor dentro de 7 anos pois pretendo não parar de estudar e fazer mestrado e doutorado seguidos por mais que seja muito dificil tal tarefa. O problema, creio que para todos, é viver de bolsas até finalizar o Doutorado, uma bolsa de Mestrado esta em R$1335 (CNPq e CAPES) e Doutorado esta em R$2000, é bem impossível viver com tais bolsas sem a ajuda dos pais, mas também é bem constrangedor passar até 30 anos precisando de ajuda dos pais. O que o senhor sugere? O que sugere também como fonte de renda extra nesse período?

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    1. Oi Kaio, não existe mágica: todos os que eu vi sendo bolsistas de mestrado tinham limitações orçamentárias. Na UFSC eles se juntavam em grupos de três bolsistas, pagavam apartamento e dividiam as outras despesas. E almoço era sempre no RU, inclusive nos sábados. Comprar livros somente com a "taxa de bancada".

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  2. Outro ponto que queria mostrar o meu ponto de vista é a carreira coorporativa de um Engenheiro de Telecomunicações aqui no Ceará. Tal carreira simplesmente não existe no Ceará, não existem Engenheiros de Tele trabalhando como Engenheiros de Tele no Ceara. Trabalhando na OI posso falar sobre esse cenário de dentro para fora. Mesmo uma empresa grande como a OI não contrata um engenheiro apra o cargo de engenheiro, todos são contratados como especialistas e analistas cargos que têm como salário inicial em torno de R$2400, que nunca será o piso do CREA para um Engenheiro. Acho que deu para perceber por que as empresas mudam o título, para não pagar o piso. Se for para trabalhar como Engenheiro de Tele é necessário sair do estado e tentar a sorte em um estado sulista. No meu modo de ver essa é uma realidade triste e dura para alguém que esta se formando em Engenharia de Telecomunicações.

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    1. Nesse ponto o sindicato dos engenheiros (ele existe!) e o CREA-Ce deveriam fazer um trabalho mais serio de fiscalização dessas empresas. As tabelas que eu mostrei são mais uma realidade do sul-sudeste do Brasil, por aqui os salários são menos generosos. Sempre existe a possibilidade de se começar com um salário "inferior" e depois se alcançar valores melhores e que respeitem o piso salarial da engenharia.

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