sábado, 1 de setembro de 2012

Fim do mês de agosto: um rápido balanço do mês que passou.

Fonte da figura: blogdamadame.com.
O mês de agosto vai embora sem deixar muita saudade, mesmo tendo sido um mês iluminado por duas luas cheias, a segunda foi a chamada "Lua azul".

Na minha estreita e limitada visão, ainda ocorreram algumas coisas positivas: os estudantes das engenharias do Departamento de Telemática aproveitaram o tempo para trazer várias palestras e mini-cursos, ministrei um mini-curso de Scilab que foi prestigiado por vários alunos das engenharias de tele e computação, mais alguns artigos aprovados no CONNEPI 2012, uma participação "decente" no último torneio de xadrez rápido que ocorreu no IFCE (meus 50% dos pontos). E foi o mês em que mais fiz postagens aqui no blog.

O ponto mais negativo continua, na minha opinião, sendo essa greve que se arrasta para além do razoável. Ela é (ou foi) justa, existe (ou existiu) motivação para essa greve? Sim! Mas simplesmente já passou do ponto. O bom senso (acho que isso é coisa de engenheiro, não deve fazer parte do arsenal dos sociólogos) foi deixado de lado, tanto pelo governo quanto pelos sindicatos. E não só pelo comando de greve local, mas por muitos colegas professores.

Temos muitos problemas internos ("pauta interna") no IFCE e não são somente problemas estruturais ou de laboratório, mas uma parte vem da falta de interesse ou compromisso de uma parcela significativa dos próprios professores. Claro, a nossa gestão tem que ser mais profissional. Somos todos muto amadores como gestores. Eu inclusive. Só que isso significa estabelecer metas e cobrar resultados! E isso, falo com toda a minha convicção, não é de interesse de muitos que estão por aqui. A estabilidade do servidor público, do jeito que ela é entendida ou praticada hoje, "naturalmente" leva à acomodação! No dia que eu simplesmente decidir que quero virar um "preguiçoso", não vai ter gestor (pelo menos atualmente) que vá conseguir me tirar da inércia.

Se fala muito em "qualidade" da educação, inclusive durante as assembleias, mas, sinceramente, não é isso que eu vejo em muitos dos meus colegas professores. Alguns (ou muitos) aproveitam esse momento de greve para transformar os dias parados em férias e nem aparecem nas assembleias. E ainda dizem que isso não traz prejuízos para os alunos! Talvez eu não saiba o que é prejuízo.

Toda greve traz consequências, essa (somada com a greve do ano passado) está quase inviabilizando o semestre 2012.2 e vai deixar o calendário letivo uma bagunça pelos próximos quatro anos, no mínimo. Mas esse nem é o pior problema. Eu ainda não sei bem o que vou fazer quando as aulas finalmente retornarem, será que meus alunos vão lembrar alguma coisa sobre convolução? E estávamos com prova marcada para a semana que começou a greve. O prejuízo acadêmico deste semestre de 2012.1 já está feito, pelos meus cálculos "objetivos", vai ser, no mínimo, de uns 20% do conteúdo que deveria ser aplicado. Esse conteúdo não tem como ser recuperado de forma eficaz e já sei que não vou conseguir cumprir todos os programas.

Depois de todos esses pontos (e não tentei ser "exaustivo"), dá para chegar a alguma conclusão? Deixo ao leitor essa tarefa. Mas sinto que falta mais a participação dos estudantes. Vocês, além dos próprios professores, estão muito apáticos em todo esse processo!

De qualquer forma, essa greve está no fim, as aulas devem retornar (com bom senso ou não) nos próximos 15 dias e vida segue. Espero que nos próximos anos uma postagem desse tipo simplesmente não tenha espaço ou necessidade.

2 comentários:

  1. O bom senso passou longe de alguns professores. O que se observa é que a alta cupula de greve tem interesses além daqueles nobres que estão sendo colocados.

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  2. Concordo professor!Acho que a situação chegou a esse ponto não só por culpa do governo, mas por parte dos professores também.Os alunos também ficaram apáticos, por que também não somos ouvidos(ou não nos fazemos ouvir).De qualquer maneira o IFCE passou de todos os limites possíveis,chutando cavalo morto,principalmente sendo o mais prejudicado pelas duas greves que aconteceram.

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