segunda-feira, 9 de maio de 2022

Postagem possivelmente "polêmica": O "POBRE DE DIREITA" É UM FIGURANTE DE BURGUÊS de José Menezes Gomes

 
Em geral, eu publico textos originais ou, no máximo, traduções, mas desta vez fiz uma cópia (fonte original aqui) integral de uma publicação de José Menezes Gomes. O texto abaixo é uma definição de "pobre de direita" bem situada para o Brasil. O que você acha deste texto?


O "POBRE DE DIREITA" É UM FIGURANTE DE BURGUÊS

Por José Menezes Gomes (doutor pela USP e professor do curso de Economia de Santana e do Doutorado em Serviço Social da UFAL) 

O "pobre de direita" se acha liberal mesmo não tendo capital e propriedade.

Ele é contra os direitos trabalhistas, pois espera um dia ter capital e propriedade para ser um explorador da força de trabalho dos outros.

Ele é contra os direitos sociais, pois acha que isto irá reduzir os seus lucros futuros, quando ele for capitalista e puder explorar os trabalhadores, sendo que ele é trabalhador, mas não se reconhece como tal.

Ele é contra o Estado pois acha que quando ele tiver capital e propriedades não vai querer que o Estado estabeleça limites ao seu desejo de ficar rico explorando os trabalhadores. 

O "pobre de direita" é o produto melhor elaborado pelos mecanismos de produção de ideologia burguesa para a defesa dos burgueses que têm capital, que têm propriedade e que estão na gestão do Estado para não pagar impostos, para receber subsídios e incentivos fiscais, para ganhar dinheiro comprando títulos da dívida pública e terem o controle dos meios de comunicação de forma a propor o mundo dos ricos como o objeto a ser defendido, mesmo que a riqueza da burguesia seja fruto da exploração,  também dos pobres de direita. Ele passa a vida toda sonhando ser burguês, mas sem capital e propriedade e sendo explorado. 

Entretanto, ele é muito útil para a burguesia, pois, já que não tem nem capital nem propriedade, ele se torna o cão de guarda da classe à qual um dia sonha pertencer. Sendo assim, ele vai para as ruas defender o capitalismo e vê nos trabalhadores esclarecidos e organizados os seus inimigos de classe.

O "pobre de direita", além de ser um figurante de burguês, é terreno fértil para o fascismo. Portanto, o "pobre de direita" é um figurante de Burguês que, no momento de crise do capitalismo, se comporta como um pitbull da burguesia, na defesa de um governo de conteúdo fascista. 

Como o "pobre de direita" tenta ser o espelho dos valores que ele acha que a burguesia tem, passa a ser machista, racista, homofóbico, etc. Ele acaba sendo o portador dos principais preconceitos que a burguesia gerou e perpetuou como parte do seu sistema de dominação, porque precisa no racismo para pagar bem menos aos trabalhadores afrodescendentes. É machista porque os salários das mulheres é bem menor que os salários dos homens. Enfim, ele nega sua origem social e tenta ser o que não tem, pois se trata de um trabalhador sem consciência de classe. Por isso se endivida para ter uma imagem diferente do seu real poder de compra permite. São chamados de "emergentes" porque querem negar sua classe assumindo a aparência de burguês. 

Ele come sardinha e arrota caviar, enquanto late sempre mais alto para mostrar à burguesia que está protegendo a propriedade do burguês, enquanto dorme fora da mansão que sonha que um dia ser sua.

Ao envelhecer, não vai ter emprego e muito menos vai poder pagar um plano de saúde. Desta forma vai precisar de proteção social, porém, passou a vida toda defendendo que bastava deixar a mão invisível agir, que, com o egoísmo sendo potencializado, se chegaria ao bem-estar coletivo, onde todos teriam chance de um dia ser rico, bastando apenas "seu esforço individual e sua capacidade de assumir riscos".

O "pobre de direita" é um figurante de Burguês que late como pitbull em defesa da burguesia e se cala sobre sua própria exploração.

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Ainda sobre esse assunto, você pode assistir a opinião de Ana Roxo,  youtuber convidada pelo blog NOCAUTE, de Fernando Moraes. https://youtu.be/W2BSU6CRYWw

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José Menezes Gomes possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Mato Grosso (1986), mestrado em Economia Rural [C. Grande] pela Universidade Federal da Paraíba (1991), doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo (2005) e pós doutor em Ciência Política pela UFPE. Atualmente é Professor Associado IV da Universidade Federal de Alagoas. Atua na área de Teoria Econômica com ênfase em Economia Política especialmente nos seguintes temas: crise capitalista, imperialismo, fundos de Pensão, políticas públicas e lutas de Classes. É coordenador do núcleo alagoano pela auditoria da divida e componente do Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais da UFAL. Link do Lattes: http://lattes.cnpq.br/6623770380524546

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