Para algumas pessoas, ciência e religião ou fé são áreas incompatíveis. Para alguns filósofos e pensadores, especialmente os mais ligados ao pensamento marxista, a religião é uma espécie de "ópio" que deixa o povo entorpecido para seus próprios problemas e para as injustiças sociais. De fato, a combinação "política + religião" para pode ser muito opressiva e desvirtuar tanto a boa política quanto o verdadeiro sentimento religioso.
Alguns (ou quase todos) os grandes cientistas dos séculos XV a XIX não viam nenhuma incompatibilidade entre ciência e fé. Por exemplo, Johannes Kepler além de matemático e astrônomo era também um astrólogo e um místico que, baseando-se na noção de que somos feitos à imagem e semelhança de Deus, acreditava que podia compreender o mundo. Hoje, é um pensamento inadequado como método científico, mas que o levou a estabelecer leis de grande precisão. Kepler julgava ter a responsabilidade de interpretar a criação. Vejamos o que algumas pessoas proeminentes dos séculos XX e XXI pensam sobre esse assunto:
“A ciência é totalmente compatível com os ensinamentos de por que estamos aqui. E apesar de haver algumas coisas que não compreendo completamente, sei que um dia as compreenderei. (...) Eu me maravilho em como o conhecimento científico permitiu que compreendamos muitas coisas sobre o universo do Pai Celestial e Sua obra e sobre as pessoas que complementam os princípios religiosos.” - Élder Richard G. Scott (ver aqui e aqui).
“A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio” - Papa João Paulo II (ver aqui).
“Não ignoro que alguns, no campo da política e do pensamento, rejeitam decididamente a ideia de um Criador ou consideram-na irrelevante, chegando ao ponto de relegar para o reino do irracional a riqueza que as religiões possam oferecer para uma ecologia integral e o pleno desenvolvimento do género humano; outras vezes, supõe-se que elas constituam uma subcultura, que se deve simplesmente tolerar. Todavia a ciência e a religião, que fornecem diferentes abordagens da realidade, podem entrar num diálogo intenso e frutuoso para ambas” - Para Francisco (ver aqui).“Não cabe aos cientistas negar a existência de Deus, mas apenas tentar explicar os fenômenos sem recorrer a hipóteses que não podem ser comprovadas” - José Goldemberg, físico (ver aqui).
"O cientista cristão tem os mesmos meios que seu colega não crente. Também tem a mesma liberdade de espírito, pelo menos se a ideia que tem das verdades religiosas está à altura de sua formação científica. Sabe que tudo foi feito por Deus, mas também sabe que Deus não substitui suas criaturas. Nunca será possível reduzir o Ser Supremo a uma hipótese científica. Portanto, o cientista cristão avança livremente, confiante de que sua pesquisa não pode entrar em conflito com sua fé" - padre, físico e matemático belga Georges Lemaître (ver aqui).