Figura original aqui. |
No final das contas, é assim que a ciência funciona. Uma descoberta incremental é aceita rapidamente, afinal foi só uma pequena pedra que foi acrescentada no grande mural do conhecimento. Já uma descoberta notável, que foge dos padrões e dos paradigmas vigentes, é posta sob quarentena e só depois de comprovada de forma independente por vários outros é que ganha o status de "científica". Claro, uma descoberta dessa magnitude é, via de regra, rara e tem o poder de criar novas linhas pesquisas e desbravar novos caminhos.
Um exemplo: Einstein recebeu o prêmio Nobel de Física em 1921 pela explicação do efeito fotoelétrico publicada em 1905, e não pela teoria da relatividade. A teoria da relatividade demorou décadas para ser formalmente aceita por "toda" comunidade científica (ver aqui).
Um segundo exemplo: a descoberta dos quasicristais por Daniel Shechtman. A descoberta aconteceu em 1982, mas só foi aceita (por parte da comunidade) alguns anos depois e o prêmio Nobel veio somente em 2011 (ver aqui).
Obs: se você for mulher, as coisas podem ser ainda mais complicadas. No passado (até a metade do século XX) as mulheres eram relutantemente admitidas nas Universidades. Ver, por exemplo, o caso de Cecilia Helena Payne-Gaposchkin (ver aqui - ok, a tradução poderia ser melhor).
Para saber mais: Thomas Kuhn (e os tais paradigmas) e aqui (Thomas Kuhn. A Função do Dogma na Investigação Científica - Barra, Tozzini, Miranda, Couso e Brzowski).
Obs: como diria Pierre de Fermat ("o espaçoso") não havia espaço suficiente nesta postagem para incluir qualquer referência a K. Popper, Lakatos e outros filósofos da ciência, mas se você estiver interessado em mais alguma coisa do gênero aqui vai mais um link: aqui (FILOSOFIA DA CIÊNCIA E ENSINO DE CIÊNCIA: UMA ANALOGIA).
Parabéns por ser pai, pelo artigo, pela carreira e pela família!
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