sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Melhorando seu desempenho em um processo seletivo de mestrado


É muito frustrante ver o seu nome como "não classificado" ou "reprovado" em uma seleção de mestrado. Mas, porque isso acontece? Onde foi a falha? O que faz com que um candidato seja bem classificado e um colega que fez a mesma graduação não obtenha êxito?

Vamos tentar analisar algumas situações que ocorrem nesses processos seletivos. Não é possível ver todos os detalhes, mas acredito que essa postagem vai poder ajudá-lo em uma futura seleção.

O primeiro passo é conferir que o seu diploma de graduação está dentro da área do mestrado pretendido, logo, ler o edital é fundamental (ok, eu sei que essa é uma leitura chata e enfadonha, mas precisa ser feita).

O segundo passo é apresentar um bom currículo. Um ponto chave: não se "constrói" um bom currículo do dia para noite. São necessários pelos menos uns dois anos de muito trabalho para pode se destacar dos seus colegas. Lembre-se: você vai concorrer com alguns dos melhores estudantes da sua área e que possuem mais ou menos as mesmas qualificações.

Os editais de seleção de mestrado variam de ano a ano, de instituição para instituição, mas o objetivo é o mesmo: selecionar aqueles candidatos que apresentam maior potencial para pesquisa e estudos aprofundados. Deve ficar bem claro aqui que fazer um mestrado não é o mesmo que fazer graduação. O nível de exigência e de comprometimento é muito maior. Se você tem pouco tempo para estudar ou está em dúvida se realmente que fazer um mestrado e arcar com os sacrifícios que essa decisão traz, a resposta é simples: não faça!

Construindo um bom currículo

Estude o edital e veja quais são os itens que realmente importam, onde aparece a pontuação. Participar de congressos e seminários é, sem dúvida, visto com bons olhos, mas, em geral, não pontua. Ter sido bolsista de IC durante 2 ou mais anos é um item muito positivo, se junto com esse tempo vier algumas publicações o seu currículo vai ficar mais fortalecido. Essas atividades, entretanto, estão no "passado", são construídas ao longo da graduação. Suas notas também devem ter algum peso.

Quanto melhor sua média geral, mais seu histórico vai se destacar. Novamente, isso é uma coisa que você não tem como mudar. A decisão de fazer ou não um mestrado começa no início da graduação!

Atividades profissionais na área de atuação do programa de pós também contam pontos. Ter uma experiência no mercado de trabalho acrescenta uma maior maturidade ao candidato, mas cuidado para não passar muito tempo em atividades puramente de rotina e esquecer como se calcula uma integral. Tudo isso deve ficar registrado no currículo Lattes. Mantenha o seu atualizado.

Um outro ponto básico: não esquecer de documentar todas as atividades realizadas. Os comprovantes são exigência dos editais e devem ser observados. Se for solicitado cartas de recomendação, certifique-se que elas chegaram ao destino a tempo. Se possível, leve toda a documentação organizada dentro de um único pacote.

Se o processo seletivo incluir alguma entrevista, o candidato deve ter bem claro em sua mente qual o seu objetivo pessoal no mestrado. É bom estar preparado para perguntas técnicas sobre a linha de pesquisa escolhida. Fazer uma boa revisão da literatura e saber o que é novidade na área é importante.

Projeto de pesquisa (PP)

O PP deve ser feito com capricho, atenção aos detalhes formais (inclusão de referências, normas técnicas). Não confundir resumo com introdução, nem objetivos com metas. Nesse item é fundamental revisar o que foi visto na disciplina de metodologia científica para evitar os erros mais comuns. A sua proposta deve ser exequível dentro de um prazo relativamente curto (um ano), então muito cuidado ao propor alguma coisa revolucionária. A ciência, quase sempre, cresce com pequenos saltos. Não escreva um PP com mais de 20 páginas, nem um (quase) projeto de apenas 5 páginas. Se possível, entregue o seu projeto de pesquisa para algum professor (mestre ou doutor) ler e dar uma opinião crítica.

Inglês

Não podemos esquecer do inglês. Em todas as áreas do conhecimento, o domínio da língua inglesa é fundamental. Fazer um bom curso de inglês e conseguir um certificado reconhecido é outro ponto importante.


Conclusão

E se depois de tudo isso você ainda ficou fora da lista dos candidatos aceitos, não desanime. Com um pouco de investimento (e tempo) é possível revitalizar o seu currículo: curso de especialização, participar de algum grupo de pesquisa, atividade profissional na área podem somar os pontos e aumentar as suas chances de aprovação em uma próxima seleção.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário