Aceitação/rejeição de um artigo. Figura original aqui. |
O que fazer para o seu artigo ter maiores chances de ser aceito? Primeiro conhecer os critérios de avaliação e seguir bem de perto as recomendações do evento. Naturalmente, o artigo precisa estar dentro do escopo do evento ou periódico. Erros de português (ou inglês) podem ser fatais. Erros mais "técnicos" (ex: erro em uma equação) podem ser punidos com a rejeição. O estilo da escrita também tem forte influência no resultado final. Um texto confuso não tem a menor chance de ser aceito (se a revisão do artigo for séria).
Obviamente, é necessário que o artigo tenha alguma contribuição. Um artigo que explica como resolver uma equação do 2o. grau, um conhecimento que todo estudante deveria conhecer ainda no ensino fundamental, não traz nenhuma novidade e não tem como ser aceito.
Supondo que seu artigo tem alguma contribuição, o texto está razoavelmente claro, como ele vai ser avaliado? Quais são os critérios de avaliação? Existem critérios "objetivos"? Sim! Segue um exemplo (propositalmente em inglês) de uma lista de itens objetivos (em geral, notas de 1 a 5) que podem ser observados pelos avaliadores do seu artigo:
- Relevance: How relevant is the paper to event/congress X?
- Technical Correctness: Assess the technical content and the solidity of the work
- Presentation: Assess the quality of the presentation.
- Contribution: Assess the originality of the work and its contribution to the area of research.
- Competence: Please assess your familiarity with the subject matter of the paper.
- Comments: Please provide a brief summary of the contributions and give comments to the authors
- Recommendation: State your recommendation regarding the acceptance/rejection of the paper.
VOLPATO, Gilson Luiz; FREITAS, Eliane Gonçalves de. Desafios na publicação científica. Pesqui. Odontol. Bras., São Paulo , v. 17, supl. 1, May 2003 . Available from
Trechos:
Uma forma simples de avaliar quais são as chances de seu texto ser lido é compará-lo aos textos que gostamos de ler, que são simples, claros, bem apresentados, bonitos. Por exemplo, não gostamos de títulos imensos que, de tão longos, nem conseguimos memorizá-los. Nem de textos prolixos, tabelas imensas, gráficos complicados. A regra é mais de bom senso do que normativa. Atualmente, a velocidade com que as informações nos chegam é avassaladora. O problema não é mais conseguir a informação, mas sim triá-la. É nesse contexto que nossos artigos vão ser escolhidos, ou não.
(...)
De nada vale um texto bem estruturado em seu conteúdo e formas gráficas, se a redação das frases é precária. A gramática de nosso idioma é complexa e os textos científicos em revistas nacionais geralmente apresentam erros. Mas há alguns que são mais gritantes e comuns e devem ser necessariamente eliminados.
(...)
Assim, o comum nas publicações científicas é atingir a comunidade nacional e internacional, o que requer um idioma compatível. Segundo Garfield4 (1983), o idioma inglês é a língua franca da ciência. Já em 1981, ele constatou que 88% dos 605.000 artigos indexados eram escritos em inglês. Sem dúvida, nas áreas Biológicas e Exatas, o idioma é o inglês! No caso de vários temas de Humanidades, ainda se admite uma conversação mais restrita, de alcance na América Latina para os brasileiros. Um caso raro é a Revista de Literatura Comparada, cujo idioma oficial é o português, mesmo para os autores estrangeiros que nela publicam. Mesmo assim, em 1982 Roche, Freitas11 afirmaram que a ciência naquela época já não falava espanhol e nem tampouco português.
Outras referências que você pode consultar na internet:
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