Adaptado daqui. |
A palavra "falácia" tem origem no termo latim fallacia, coradical do verbo fallere (enganar). O termo significa, portanto, engano. A falácia ocorre quando existe uma falha na argumentação ou no raciocínio por trás de alguma afirmação que não consegue sustentar uma conclusão. Nem sempre é resultado de má fé, mas pode ser consequência da falta de conhecimento de quem emite a sentença. No dicionário encontramos:
Falácia: substantivo feminino; 1. qualidade do que é falaz; falsidade. Ex: "sua afirmação é uma f." 2. FILOSOFIA. No aristotelismo, qualquer enunciado ou raciocínio falso que entretanto simula a veracidade; sofisma.
Existem muitos tipos de falácias, elas podem ser até agrupadas em tipos semelhantes. Os nomes das falácias podem variar. Apresentaremos alguns tipos a seguir (na Wikipedia existe um lista bem detalhada - ver aqui).
- Falso dilema. É uma falácia do tipo "isso ou aquilo", quando na verdade existem mais opções. Ex: "Reduz-te ao silêncio ou aceita o país que temos". É uma falácia porque uma pessoa tem o direito de denunciar o que bem entender.
- Apelo à Ignorância (argumentum ad ignorantiam). Os argumentos deste tipo concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso; ou conclui que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro. Ex: "Como os cientistas não podem provar que se vai ter uma guerra global, ela provavelmente não ocorrerá."
- Derrapagem (bola de neve). Para mostrar que uma proposição, P, é inaceitável, extraem-se consequências inaceitáveis de P e conseqüências das conseqüências... O argumento é falacioso quando pelo menos um dos seus passos é falso ou duvidoso. Mas a falsidade de uma ou mais premissas é ocultada pelos vários passos "se... então..." que constitui o todo do argumento. Ex: "Se aprovarmos leis contra armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos os nossos direitos. Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas".
- Apelo à Piedade (argumentum ad misercordiam). As falácias deste tipo têm em comum o fato de apelarem a emoções ou a outros fatores psicológicos. Não avançam razões para apoiar a conclusão. Ex: "Esperamos que aceite as nossas recomendações. Passamos os últimos três meses trabalhando sem descanso nesse relatório."
- Apelo às consequências (argumentum ad consequentiam). O argumentador, para “mostrar” que uma crença é falsa, aponta consequências desagradáveis que advirão da sua defesa. Ex: "Não pode aceitar que a teoria da evolução é verdadeira, porque se fosse verdadeira estaríamos no nível dos macacos."
- Apelo ao povo (argumentum ad populum). Com esta falácia sustenta-se que uma proposição é verdadeira por ser aceite como verdadeira por algum sector representativo da população. Esta falácia é, por vezes, chamada "Apelo à emoção" porque os apelos emocionais pretendem atingir, muitas vezes, a população como um todo. Ex: "Eu vou votar no partido A, pois todos irão votar nesse partido. Eu não quero perder o meu voto."
- Ataques pessoais (argumentum ad hominem). Ataca-se pessoa que apresentou um argumento e não o argumento que apresentou. A falácia ad hominem assume muitas formas. Ataca, por exemplo, o caráter, a nacionalidade, a raça ou a religião da pessoa. Em outros casos, a falácia sugere que a pessoa, por ter algo tem algo a ganhar com o argumento, é movida pelo interesse. A pessoa pode ainda ser atacada por associação ou pelas suas companhias. Ex:"Você diz que eu não devo beber, mas você mesmo não está sóbrio faz mais de um ano (tu quoque)."
- Apelo à autoridade (argumentum ad verecundiam). Ainda que às vezes seja apropriado citar uma autoridade para suportar uma opinião, a maioria das vezes não o é. Ex: "O famoso psicólogo Dr. Frasier Crane recomenda que compre o último modelo de carro da Skoda."
- Amostra limitada. Se bem feita, uma amostra de um população pode ser usada para uma projeção ou generalização, mas temos que ter cuidado! Ex: "Consultamos quase 100 pessoas no centro da cidade de Fortaleza, logo já podemos prever os resultados das próximas eleições".
- Petição de Princípio (petitio principii). A verdade da conclusão é pressuposta pelas premissas. Muitas vezes, a conclusão é apenas reafirmada nas premissas de uma forma ligeiramente diferente. Nos casos mais subtis, a premissa é uma conseqüência da conclusão. Ex: "Dado que não estou mentindo, segue-se que estou a dizer a verdade."
- Anfibologia. Uma anfibologia ocorre quando a construção da frase permite atribuir-lhe diferentes significados. Ex: "O Oráculo de Delfos disse a Croseus que se ele continuasse a guerra destruiria um reino poderoso". O Oráculo não disse que seria o seu próprio reino.
- Falácia da composição. Por as partes de um todo terem certa propriedade, argumenta-se que o todo tem essa mesma propriedade. Esse todo pode ser tanto um objeto composto de diferentes partes, como uma coleção ou conjunto de membros individuais. Ex: "As células não têm consciência. Portanto, o cérebro humano, que é feito de células, não tem consciência".
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