sábado, 17 de março de 2018

Marielle Franco: expondo (mais uma vez) o "jeitinho" brasileiro da "banalidade do mal".


"Banalidade do Mal" - esse conceito foi difundido pela pensadora judia Hannah Arendt (1906-1975) depois de acompanhar do processo do burocrata nazista Adolf Eichmann (1906 - 9162, ver aqui), um dos últimos nazistas punidos por crimes de guerra da II Guerra Mundial. O Brasil vive hoje uma epidemia de assassinatos - das 50 cidades mais violentas do mundo, 17 estão no Brasil. E Fortaleza está entre as mais perigosas do Brasil (ver a tabela no final desta postagem).

No Brasil, diversos grupos andam praticando crimes cada vez mais violentos sem que o poder público consiga tomar medidas eficazes. As vítimas? Pessoas comuns (especialmente jovens pobres), líderes comunitários, vereadores, como Mirielle Franco, prefeitos e, "naturalmente" traficantes e outras pessoas envolvidas com drogas e armas. Claro que essa violência toda acaba por "sobrar" para crianças, idosos e para quem mais estiver no local e horário errado. Ninguém está imune a toda essa violência "gratuita".

Sendo dúvida, vivemos em um mundo onde o mal, na forma de assassinatos e outros crimes, está cada vez mais comum. Milhares de pessoas são afetadas brutalmente por guerras que seguem por anos sem qualquer expectativa de ter um fim. Os interesses de uns poucos (que estão longe dos conflitos) causam dor e morte a pessoas que apenas queriam seguir vivendo suas vidas em paz.

No Brasil, essa espiral crescente de violência não tem uma solução fácil a curto prazo. Talvez a longo prazo, se tivermos uma sociedade mais mobilizada e um governo menos ruim, podemos superar mais essa crise. Minha "aposta" é em mais educação (dizem que uma vaga na escola fecha cinco vagas na prisão) de boa qualidade e uma polícia mais inteligente, mais antecipativa que reativa.

Frase do antropólogo e político Darcy Ribeiro (1922-1997): "Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”, disse o mineiro em uma conferência em 1982. Acredito que essa frase continua verdadeira, mas nossos políticos, em sua imensa maioria, são tão verdadeiros quanto uma cédula de R\$ 3,00.

Cidades mais perigosas do mundo (fonte aqui):
PosiçãoCidadePaísHomicídiosHabitantesTaxa (por cada mil habitantes)
1Los CabosMéxico365328.245111,33
2CaracasVenezuela3.3873.046.104111,19
3AcapulcoMéxico910853.646106,63
4NatalBrasil1.3781.343.573102,56
5TijuanaMéxico1.8971.882.492100,77
6La PazMéxico259305.45584,79
7FortalezaBrasil3.2703.917.27983,48
8VictoriaMéxico301361.07883,32
9GuayanaVenezuela728906.87980,28
10BelémBrasil1.7432.441.76171,38
11Vitória da ConquistaBrasil245348.71870,26
12CuliacánMéxico671957.61370,10
13St. LouisEstados Unidos205311.40465,83
14MaceióBrasil6581.02963,94
15Cape TownÁfrica do Sul2.4934.004.79362,25
16KingstonJamaica7051.180.77159,71
17San SalvadorEl Salvador1.0571.789.58859,06
18AracajuBrasil560951.07358,88
19Feira de SantanaBrasil369627.47758,81
20JuárezMéxico8141.448.85956,16
21BaltimoreEstados Unidos341614.66455,48
22RecifeBrasil2.1803.965.69954,96
23MaturínVenezuela327600.72254,43
24GuatemalaGuatemala1.7053.187.29353,49
25SalvadorBrasil2.0714.015.20551,58
26San Pedro de SulaHonduras392765.86451,18
27ValenciaVenezuela7841.576.07149,74
28CaliColômbia1.2612.542.87649,59
29ChihuahuaMéxico460929.88449,48
30João PessoaBrasil5541.126.61349,17
31ObregónMéxico166339.00048,96
32San JuanPorto Rico169347.05248,70
33BarquisimetoVenezuela6441.335.34848,23
34ManausBrasil1.0242.130.26448,07
35Distrito CentralHonduras5881.224.89748
36TepicMéxico237503.33047,09
37PalmiraColômbia144308.66946,65
38ReynosaMéxico294701.52541,95
39Porto AlegreBrasil1.7484.26808340,96
40MacapáBrasil191474.70640,24
41Nova OrleansEstados Unidos157391.49540,10
42DetroitEstados Unidos267672.79536,69
43MazatlánMéxico192488.28139,32
44DurbanÁfrica do Sul1.3963.661.91138,12
45Campos de GoytacazesBrasil184490.28837,53
46Nelson Mandela BayÁfrica do Sul4741.263.05137,53
47Campina GrandeBrasil153410.33237,29
48TeresinaBrasil315850.19837,05

Um comentário:

  1. Lastimável a situação desse país. Estranho é não querer ir embora.

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