domingo, 9 de agosto de 2015

Dica de leitura: O livro do sentido – Crise e busca de sentido hoje (parte crítico-analítica)


Projetos, contas para pagar, amigos para visitar, trabalhos para revisar, várias coisas para fazer, festas, reuniões, são muitas as atividades com as quais temos que lidar no dia a dia. Com essa correria toda do dia a dia poucos param para pensar ou refletir sobre qual o sentido disso tudo. Ou se alguma coisa faz sentido. Ou, talvez, seja melhor nem pensar nisso para não ficar deprimido. Esse é o tema do livro de Frei Clodovis Boff (Lattes aqui) - O livro do sentidoCrise e busca de sentido hoje (parte crítico-analítica).

Esse livro tem uma grande virtude em  relação a outros com tema semelhante: não é um livro de auto-ajuda. É livro reflexivo, analítico, com elementos filosóficos e teológicos. São mais de 500 páginas de uma leitura densa. Uma resenha:

A questão do sentido da vida é uma das perguntas mais angustiantes que se fazem hoje, especialmente entre os jovens. É, de fato, a questão humana mais profunda e decisiva de todas. De todos os lugares e de todos os tempos. Mas é na sociedade moderna que ela se tornou particularmente urgente e dramática.
Baseado nesta afirmativa, Frei Clodovis Boff lança, pela PAULUS, a sua mais nova obra: O livro do sentido – Crise e busca de sentido hoje (parte crítico-analítica). Nela, o autor elenca diversos sintomas da falta de sentido hoje: a depressão crescente, os suicídios em alta (especialmente entre os jovens), a difusão das drogas, a desnatalidade deliberada, a banalização do sexo, a violência difusa e o advento da frivolidade. “Tudo isso configura esvaziamento dos valores e desamor pela vida”, explica.
“A crise de sentido vem de que nossa sociedade é fundamentalmente desencantada. Nela, as coisas perderam seu sabor e a vida se tornou sem graça e tediosa. Por que? Porque eliminamos a dimensão transcendente da vida, de modo que nada mais tem transcendência, valor e encanto”, completa Boff.
A obra, dividida em nove capítulos, aborda o niilismo, que significa falta de sentido, ou seja, falta de um sentido último consistente, verdadeiro, que dê sentido a tudo, inclusive à morte. De acordo com o autor, sem tal sentido, que é como um âncora existencial, a vida e as coisas da vida vão a pique e se aniquilam. “Niilismo vem justamente do latim ‘nihil’, que significa nada”.
A leitura é recomendada a todos, uma vez que a questão do sentido não poupa ninguém. Mas se dirige mais especialmente ao público jovem e aos intelectuais. São esses que sofrem mais de perto a tentação do niilismo e que o difundem sobre toda a sociedade.
O livro do sentido – Crise e busca de sentido hoje (parte crítico-analítica) é o primeiro de uma trilogia. É a parte do “ver”: analisar a situação da falta e da busca de sentido hoje. A segunda parte é o “julgar”: examinar aqui onde se encontra realmente o sentido da vida; e a última parte trata do “agir”: como encontrar e viver o sentido da vida. “Mas já antecipo na primeira parte o essencial das duas últimas. Com essa trilogia busco balizar um terreno vitalíssimo da problemática humana, mas que permanece até hoje teoricamente por demais vaporoso”, finaliza o autor. - Fonte aqui.

Trecho inicial da obra:

Qual é o sentido da vida? É uma pergunta recorrente, nunca totalmente aquietada. É a questão decisiva de todo ser humano. Ela não diz respeito a isso ou àquilo, mas à existência como um todo e ao mundo em geral.

E não é uma questão de ontem ou de hoje, mas de sempre, porque humana, existencial. Hoje, contudo, essa questão se coloca de modo frequente e agudo. Isso mostra que as respostas correntes são insuficientes. As causas de tudo isso devem estar ligadas ao nosso horizonte cultural, profundamente modificado.

Essa é uma questão que há tempo chamou minha atenção. Queria saber o que estava por trás dela e como ela se conectava com a fé. Desde então, em minhas pesquisas e reflexões, fiquei atento a essa problemática, acumulando estudos e anotações.

Por se tratar de uma questão autoimplicativa, ela foi amadurecendo em minha mente graças, naturalmente, à experiência de vida, mas também ao trabalho com as pessoas, seja como pastor, seja como professor. Ambas as condições me punham efetivamente em contato com as grandes “questões da alma”, entre as quais se encontra, sem dúvida, a do sentido.

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