quarta-feira, 26 de junho de 2013
Evasão e fracasso escolar: refletindo um pouco sobre o XXXVI Encontro Pedagógico do IFCE
O Encontro Pedagógico do Campus de Fortaleza de 2013 ocorreu nos dias 24 e 25 de junho e contou com a participação de uns 50% dos professores (observação pessoal e sujeita a erro) e alguns poucos "heróis" que ficaram quase até as 20 h da terça-feira. O público (professores) deveria ter sido maior, essa talvez tenha sido a única nota negativa desse evento.
Podemos resumir esse encontro em duas palavras: útil e oportuno. Útil porque o tema abordado é altamente relevante: evasão e fracasso escolar. Oportuno porque sempre é tempo de reagir a um problema que, no final das contas, prejudica toda a sociedade.
O fracasso escolar é, basicamente a não progressão dentro do sistema de ensino, as reprovações que atrasam os estudos e podem, eventualmente, levar à evasão escolar e, certamente, a uma baixa estima por parte do educando. Por conta desse fracasso escolar, somente um percentual muito pequeno de estudantes consegue concluir os estudos dentro do ciclo previsto, a maior parte fica retida por um, dois ou vários semestres. Nas engenharias o percentual daqueles que conseguem concluir dentro dos dez semestres gira em torno de uns 20%, nos cursos técnicos integrados é algo próximo a 40%, e nos cursos tecnológicos (noturnos) não chega a 10%. Esses números estão muito distantes do que é exigido pelo governo e que será cobrado em breve.
A evasão escolar é caracterizada pelo abandono dos estudos. No caso do IFCE, se o estudante de ensino superior for reprovado por falta (logo, é necessário que o professor faça chamada dos alunos) em todas as disciplinas em que estava matriculado, ao final do semestre ele é considerado "evadido" no Sistema Acadêmico. Sendo necessário, caso ele queira voltar a estudar, um pedido formal de reingresso. Os números do IFCE em relação à evasão também não são bons, a menor evasão é verificada nos cursos técnicos integrados.
Existem muitos fatores que influenciam o fracasso escolar e a evasão. Alguns deles são internos (cursos com projetos pedagógicos pouco atraentes, professores "problemáticos", falta de sintonia entre o curso e o mercado de trabalho, greves) que podem e devem serem enfrentados pela direção, pedagogos e professores. Outros fatores são externos (problemas familiares e financeiros do estudante, distância entre a casa e a escola, falta de uma base acadêmica mais firme) e são mais difíceis de abordar. Durante o Encontro Pedagógico todos esses fatores foram discutidos e algumas estratégias começam (tardiamente, é verdade) a serem pensadas. Acredito que a participação dos Centros Acadêmicos e grêmios, dos estudantes mais comprometidos com os próprios cursos é uma força que pode vir a somar na luta contra o fracasso escolar e a evasão, seja no nível médio, seja no nível superior.
Nessa área, os indicadores do Brasil, para variar, estão entre os piores da América. Perdemos para Uruguai e Argentina, vencer no futebol é fácil (e, na verdade, pouco importante). Um ponto positivo é que nossos dirigentes do IFCE e muitos professores estão cientes que esse problema existe e é muito grave.
Eu poderia escrever muito mais sobre esse assunto, mas vou me limitar a citar algumas fontes para quem desejar aprofundar o tema:
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