sábado, 6 de outubro de 2012

Eleições amanhã: em quem votar (ou não) ?!

"É errado quando acreditas em cada um, 
mas também é errado quando não acreditas em ninguém" - 
Sêneca. Fonte aqui.
Fonte da imagem: compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/

Em quem você pretende votar amanhã? Ou não pretende votar? Se está em dúvida, tenho uma sugestão de vereador e de partido (se o voto for na legenda): PV. O vereador em questão é o "Dr. ERON", número 43.999, no face aqui. Evite votar em "branco", é o mesmo que dizer: "não sei em quem votar, podem votar por mim."

Alguns, entretanto, possuem razões para votar nulo (original aqui):

ENSAIO SOBRE A NULIDEZ

O problema de nossa democracia é que ela não é nossa. Assentamo-nos num sistema representativo, mas paradoxalmente podemos dizer que raramente elegemos o candidato em quem votamos, mesmo que este seja eleito.
Ora, um candidato não é apenas a pessoa física, por mais que nos queira fazer acreditar em tal. Um candidato é um partido, uma legenda, um programa, um projeto e, como não? uma agência publicitária, um slogan, um jingle, uma propaganda.
Diz-se que a propaganda é a alma do negócio: ao contrário, é antes sua anteface, sua máscara, sua capa, seu acobertamento. Se a propaganda é o pôr a descoberto, o evidenciamento, o chamamento, o alardeamento, o reclame; se “alma” chamamos ao inextenso, àquilo que não se mostra imediatamente visto que incorpóreo; se a propaganda é “o que aparece” e alma o inevidente; devemos então dizer “alma do negócio” aquilo que se escamoteia, aquilo que se acorda entre as partes interessadas e que no entanto se elide, se oculta dos demais. E, ao mesmo tempo, contraditoriamente ao de há pouco (sim, deve o pensamento, se quiser captar a realidade em suas tortuosidades, fazer-se também tortuoso), a propaganda torna-se de fato a alma do negócio quando mostra, por seu explícito limitar-se à aparência, que o negócio possui como alma isso mesmo, o ludibrio, o sorriso à mostra e a faca oculta, mas a postos para a certeira punhalada.
A propaganda não é a alma do negócio se nos atemos à ideia de alma como o que não se expõe (e a propaganda é exposição); a propaganda é a alma do negócio se aceitarmos que este consiste precisamente em não mostrar o essencial, o que o fundamenta (a propaganda só expõe o agradável e o negócio em seu núcleo, naquilo em que se firma, permanece inapresentável: como a propaganda é postiça e o negócio consiste em não se mostrar tal como é, então ambos se identificam em sua artificialidade).
No que concerne ao candidato, este é uma propaganda (portanto, ao mesmo tempo revela e oculta o ser do negócio). O candidato é uma propaganda porque o que lhe está por trás permanece como em bastidor (dado que a alma do negócio é suspeita, escusa, esconsa), e o que se lhe põe como rótulo é o que se vende à vista, às vistas das gentes. O dicurso do candidato não diz de sua alma vendida, não diz de suas dívidas e promessas de campanha em surdina, não diz de seus compromissos previamente acertados; profere apenas juramentos condizentes com a imagem a disseminar às massas de votantes, às massas “devotantes”.
Votamos nesse discurso que nos é impingido, superfície no entanto, do verdadeiro discurso, o que não nos é dito — da verdadeira plataforma, subterrânea, a ser desenvolvida quando da eleição daquele que pensamos “nosso”, porém tão alheio candidato. O candidato não revela o(s) negócio(s) que motiva(m) sua candidatura; contudo, ao não fazê-lo, finda por revelar-se: sua trajetória ostenta a contradição que ele é enquanto propaganda; por enganar, exibe verdadeiramente o que tratara de ocultar: o candidato se mostra por não cumprir o prometido às claras, por cumprir o acordado às ocultas; o candidato se mostra por ter escondido suas reais motivações; o candidato se mostra inteiro, se mostra contraditoria e verdadeiramente em sua falsidade.
Se não vence aquele em quem votamos, não nos sentimos representados; se vence, não nos representa porque afinal representante de seus próprios interesses, jungidos por sua vez a outros interesses particulares e, assim, nos quedamos anulados, quedam anulados nossos interesses.
Razão pela qual melhor é tomarmos a dianteira e anularmos nosso voto: anularemos desta maneira a nulidade que, a cada eleição, fazem de nós.
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Você vai acabar fulo 
Por confiar em ladrões; 
Vou dizer sem senões: 
O MELHOR É VOTAR NULO!
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Ainda sobre voto "nulo", um texto menos poético, porém mais "prático": compromissoconsciente.blogspot.com.br/2012/08/eleicoes-2012-voto-nulo-nao-gera-nova.html

Último ponto: se você está em dúvida onde votar, confira aqui: Eleitor / Consulta por nome (TSE).

2 comentários:

  1. Apenas para esclarecer um conceito que alguns não conhecem: para a contagem oficial de votos, votos nulos e brancos são igualmente desconsiderados na listagem dos votos válidos. Até 1996, o voto branco ia para o candidato mais votado, regra que deixou de valer a partir do pleito seguinte.

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  2. Obrigado pelo esclarecimento Guilherme! (Quase deu vontade de dar um ponto na sua prova da prox. semana! ... brincadeira! :) )

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