sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Escrevendo um trabalho de conclusão de curso (graduação): pequeno guia de sobrevivência..

Fonte: blog sabordebaunilha.blogspot.com

Um dos momentos mais decisivos para quem está concluindo um curso de graduação é, certamente, o temido trabalho de conclusão de curso (TCC) ou monografia. Para o pessoal das áreas de exatas isso pode ter até um certo "toque" adicional de ironia: durante quase toda a graduação foram exigidas desse estudante respostas "exatas" e curtas como solução dos problemas, e agora é exigido um texto dissertativo longo e exaustivo sobre um único tema. Mas vamos pular essa parte de lamúrias e apresentar algumas dicas práticas.

O primeiro passo talvez seja escolher um professor orientador. Esse é um ponto fundamental: se o professor orientador fizer o trabalho dele direito, o sucesso será uma possibilidade real. O professor orientador não pode ser uma estrela: inalcançável, frio e distante. E, por motivos óbvios, não pode ser um sujeito que nunca fez pesquisa ou tenha publicado pelo menos um artigo (o famoso "paper") em algum congresso. Em resumo: o seu orientador tem que ter um tempo para lhe ouvir e dar conselhos e, eventualmente, ler o que você andou escrevendo. E precisa ter uma boa noção do que é um trabalho científico. Dica prática: veja se ele tem o currículo lattes* atualizado.

* A Plataforma Lattes é a base de dados de currículos, instituições e grupos de pesquisa das áreas de Ciência e Tecnologia.

Um passo igualmente importante é a definição do tema da monografia. Essa definição deve ser feita em conjunto com o professor orientador. Fuja de temas muito "batidos" ou de assuntos "quentes" demais. Se você não dominar o tema será difícil de apresentar com um mínimo de segurança e o pessoal da banca vai perceber isso rapidamente. E você não poderá sair impune dessa imprudência.

O seu texto, o resultado final do seu trabalho, isto é, do trabalho que será apresentado para banca avaliadora,  não pode ser muito extenso (cem ou mais páginas para um trabalho de graduação é um certo exagero) ou demasiado curto (menos de quarenta páginas incluindo capa e bibliografia é um extremo de concisão ou preguiça).

Apresente o seu texto a colegas para que eles façam leituras críticas. E aceite as críticas! Se alguém disser que tal trecho não está claro, que outro está confuso, acredite! E corrija. De fato, o processo de escrita e correção pode ser meio doloroso e angustiantemente lento, mas a vaidade pessoal deve ser deixada um pouco de lado e a preguiça não pode ser uma convidada constante.

Estude e leia sobre o seu tema antes de começar a escrever. Isso pode parecer meio bobo de tão óbvio, mas se você não estudar o que já foi feito vai acabar descobrindo tarde demais que a sua monografia já foi escrita por alguém em algum lugar do mundo, ou pior: por algum colega seu!

Evite o plágio. Ser pego fazendo plágio é uma pequena tragédia pessoal e uma grande barbeiragem acadêmica. Nem o seu orientador vai ter coragem de lhe defender. E o pior: ele vai ficar com raiva de não ter percebido isso antes de liberar o seu trabalho para banca avaliadora. Então, sempre lembre de citar as fontes e de incluir na bibliografia.

Se você tiver resultados experimentais, cheque tudo duas vezes. É importante ter plena certeza do que se está colocando no papel. Revisar o trabalho deve ser uma rotina. Algoritmos e softwares devem ser testados e colocados à prova várias vezes.

Desde o começo, siga o modelo de monografia adotado pelo curso. Isso inclui: fonte, margens, tamanho dos títulos e capítulos, formatação das legendas das figuras, numeração das tabelas, etc. A estrutura básica é quase sempre a mesma, ver a figura abaixo.

Fonte: universoacademico.com.br.

Se o trabalho empacar em algum ponto, não adianta insistir. Faça uma pausa, se distraia com alguma coisa totalmente diferente da monografia, relaxe um pouco e tente trabalhar em outra parte do projeto. A escrita de uma monografia não é linear. Nada mais comum que pular de um capítulo a outro e depois voltar para o começo. A última parte a ser concluída, quase sempre, é o capítulo introdutório.

Manter uma rotina é importante. Ter um horário de trabalho e de estudo ajuda a manter o ritmo da escrita. Não é possível (pelo menos para 99% dos estudantes) escrever uma monografia em menos de um mês, mas não é necessário mais que quatro meses para realizar de forma razoável essa tarefa.

Uma última dica: se o seu orientador disser que o trabalho ainda não está bom, acredite nele! E faça todas as alterações, inclusões e exclusões solicitadas. E boa defesa!

Para uma leitura mais "leve" sobre esse tema, veja, por exemplo, o blog  sabordebaunilha.blogspot.com.

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